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Fortaleza: Paz fala em cenário financeiro terrível e lamenta suspensão de patrocínio público

Presidente do Fortaleza enumerou fuga de receitas e usou de tom crítico ao falar do adiamento de repasses do patrocínio da Prefeitura

Cenário terrível. É assim que o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, define as perspectivas financeiras do clube para as próximas semanas. Em entrevista à Rádio Clube, na manhã desta quinta-feira, 14, o dirigente comentou sobre as dificuldades do momento e lamentou, em tom crítico, a suspensão de verbas públicas que o clube receberia a partir de maio.

Paz começou enumerando as receitas que se extinguiram ou diminuíram com a paralisação do futebol. “A Rede Globo diminuiu o pagamento nos três meses (abril, maio e junho) e a Turner não tem pagado aos clubes; não tem jogo, então não tem dinheiro de bilheteria, de bar, de estacionamento, de camarotes, de ações comerciais; quando tem jogo vende mais sócio, mais camisas, as loja funcionam melhor e nada disso está acontecendo; O programa de sócio-torcedor teve uma queda, a lojas estão vendendo bem menos, estamos só com o e-commerce; patrocinadores reduziam (pagamento), outros deixaram de pagar”, disse.

Nesse momento, o presidente tricolor citou o patrocínio da Prefeitura de Fortaleza, que saiu no Diário Oficial na segunda-feira, 11, mas teve pagamento suspenso no dia seguinte. “Alguns patrocínios que eram pra vir não virão mais por pressão, sobretudo o da esfera pública, que é legal, que é um dinheiro carimbado para o esporte, mas sempre aparece um “besta” para falar contra e tudo isso deixa a gente numa situação delicadíssima”, completou.

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Segundo Paz, o valor que seria repassado pela Prefeitura pagaria três folhas dos funcionários do clube, sem contar os jogadores, o que significa quase 250 pessoas que ganham entre um e dois salários mínimos. “Ele estão com medo, porque estão vendo clubes gigantes com orçamentos maiores que o nosso demitir, mas nós estamos segurando. Aí na hora que aparece um recurso, legal, justo, lícito, que ocorre há 15 anos, vem alguém para fazer bobagem, para querer aparecer, faz pressão contra e deixa a Prefeitura numa situação delicada e principalmente os clubes numa situação delicada", desabafou, o presidente.

O dirigente argumentou ainda sobre a importância do futebol na economia do Estado. “Futebol é uma atividade que gera emprego, gera renda. Ano assado, no nosso, estado foram 38 grandes eventos que Fortaleza e Ceará proporcionaram, levando turismo. Se perguntarem, em dia de jogo, a taxistas, bares, restaurantes, rede hoteleira o movimento que um jogo de futebol traz, vão ver que é enorme. O futebol faz bem à economia e a imagem da cidade”, disse.

Marcelo Paz reafirmou o compromisso de tentar não demitir ninguém em meio à pandemia, apesar das dificuldades e afirmou que este é o pior momento da gestão dele, do ponto de vista financeiro.

Recomendação

O patrocínio da Prefeitura, no valor de R$ 1,3 milhões para cada, repassado em quatro parcelas, está suspenso e só será pago quando passar a pandemia, mas, mesmo com o cancelamento dos repasses imediatos, o Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE) e o Ministério Público Federal no Ceará (MPF) emitiu recomendação para que o município se abstenha de pagar esses patrocínios até o fim de 2020.

O argumento dos dois ministérios é de que “Priorizar o futebol profissional em detrimento da saúde e demais direitos sociais essenciais à dignidade do ser humano, é espancar o princípio constitucional republicano e pode configurar, em tese, violação aos princípios que regem a administração pública”. A prefeitura tem dez dias para responder e o MP-CE junto do MPF advertem que se o documento for ignorado poderão tomar medidas judiciais cabíveis.

A reunião que definiu a renovação do patrocínio da Prefeitura aos clubes ocorreu no dia 28 de fevereiro.

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