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100 anos de lealdade: a história do Tricolor de Aço

Dia 18 de outubro de 1918. A data marca a fundação do Fortaleza Esporte Clube (inicialmente Sporting Club), que carrega em sua história centenária glórias memoráveis
06:00 | Out. 18, 2018
Autor Lucas Mota
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Lucas Mota Repórter na editoria de Esportes
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Tipo Notícia
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As cores vermelho, azul e branco ganharam espaço no futebol cearense a partir do dia 18 de outubro de 1918, em plena influência da Belle Époque na Capital, da cultura europeia e, principalmente, francesa. A data marca a fundação do Fortaleza Esporte Clube (inicialmente Sporting Club), que carrega em sua história centenária glórias memoráveis, como o primeiro time tricampeão do Estado na década de 1920, a Taça do Nordeste em 1946, o Norte-Nordeste em 1970, os vices da Taça Brasil (Brasileirão) nos anos de 1960 e os acessos de 2002 e 2004 para a Série A. O "querido idolatrado" também viveu momentos de superação de fracassos e crises, importantes para reestruturação e modernização da agremiação.
 
De origem nobre, o clube nasceu da paixão do comerciante Alcides Santos (1889-1971) pelo futebol, adquirida nos anos de estudos na Europa. Foi dele a ideia de transformar o extinto Stella Foot-Ball Club em Fortaleza para homenagear a capital cearense. Junto com outros seis amigos de abastada condição social, Alcides fundou o Tricolor de Aço na rua Barão do Rio Branco, entre a Pedro Pereira e Pedro I, no Centro da cidade alencarina.

%2b A década de ouro
 
O início do Fortaleza caminha de mãos dadas com a glória em campo. Foram sete títulos estaduais nos anos de 1920, com o marco do tri em 1926-27-28. Naquela época, o escrete tricolor contava com o centroavante Humberto Ribeiro, considerado o melhor jogador que o venerando Alcides Santos viu jogar. "Nunca vi em toda minha vida um jogador tão perfeito, um goleador tão emérito, um atacante tão insinuante e irresistível quanto o Humberto", disse o fundador do Fortaleza em entrevista ao jornalista, radialista e colunista do O POVO, Alan Neto, em 1968, quando o clube completava 50 anos.
 
Depois de um começo avassalador, a agremiação passa por sua primeira crise no fim dos anos 1920, conforme o historiador e autor do livro "Fortaleza: história, tradição e glória", Airton de Farias. Até o início da década de 1950, o Fortaleza enfrentou dificuldades dentro e fora de campo e viu os títulos ficarem escassos, pontua o pesquisador. Durante esta época, famílias se alternaram no poder da instituição, prática que se tornou insustentável do ponto de vista econômico. 
 
"Final dos anos 60 é que começa a mudar isso. Há todo um esforço de massificar o nome. Não tem como uma família manter um time sozinho. Cria-se o mascote para atrair a juventude. Há um esforço para a compra do terreno no Pici, onde é construída a sede social. O clube passa a ter um novo hino", explica Airton.
 
O Fortaleza chega à década de 1970 com duas conquistas importantes na bagagem: os vices na Taça Brasil (Campeonato Brasileiro da época) em 1960 e 1968, nos duelos contra Palmeiras e Botafogo, respectivamente. Nesta época, nasce a rivalidade com o Ceará sob a classificação de Clássico-Rei, que perdura até hoje.
 
Entre as décadas de 70, 80 e 90, a equipe não viveu seus melhores momentos e acabou conquistando apenas oito estaduais. O principal título deste período foi o torneio Norte-Nordeste. Destaque também para o título do Cearense de 1982, que encerrou um jejum de sete anos. O cenário muda nos anos 2000, quando o Leão domina o futebol local com nove títulos do Campeonato Cearense, chegando a conquistar o tetra e garantir dois acessos para a elite do futebol.

Passou por um dos momentos mais delicados desde a sua fundação na década de 2010, quando amargou oito anos de Série C. Mas o clube se reergueu ao conquistar o acesso para a Segundona em 2017, dando início a um processo de modernização do clube para o centenário, com o objetivo de se tornar uma marca autossustentável, sem depender exclusivamente de sócio e bilheteria. O projeto marca uma nova era do Tricolor de Aço.

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