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Torcedores assinam carta em campanha por laicidade no Fortaleza Esporte Clube

Movimento pede uma audiência com o mandatário tricolor para discutir o assunto
20:01 | Out. 19, 2017
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Um grupo de 109 torcedores assinou uma carta entregue ao presidente do Fortaleza, Luiz Eduardo Girão, nesta quinta-feira, 19, lançando o debate sobre a laicidade nas ações do clube. Entre perfis diversos, com espíritas, ateus, católicos, evangélicos e seguidores de outras religiões, o movimento pede uma audiência com o mandatário tricolor.

"Nos últimos dias, o debate sobre a laicidade nas ações do clube bem como a instrumentalização de pautas políticas e religiosas a partir da instituição tem ganhado corpo na torcida. Praticamente todos os fóruns dos torcedores nas redes sociais – um deles, inclusive, com mais de 10 mil torcedores - já teve alguma discussão sobre esses assuntos e precisamos levar essas questões para uma reflexão em conjunto com a diretoria", diz trecho da carta.

O grupo deixa claro que o movimento não é de oposição à gestão de Luiz Eduardo Girão, elogia a diretoria pela conquista do acesso e se diz a favor da cultura de paz. Entretanto, questões mais complexas como o aborto, as drogas (incluindo o álcool) e as práticas religiosas dentro das praças esportivas que envolvam o clube precisam ser debatidas, mesmo que esta discussão parta de uma minoria, defende os torcedores.

"Temos uma compreensão, inclusive alicerçada no próprio Estatuto do clube, de que o Fortaleza Esporte Clube não pode, sob hipótese alguma, promover manifestações de caráter partidário, religioso ou racial, conforme o Artigo 31 que versa sobre os deveres dos associados proprietários".

Para o empresário espírita José Emídio, um dos assinaram a carta, o único fator considerado sagrado para todos, diante de toda a heterogeneidade da torcida, é a paixão pelo Fortaleza.

"Não pode usar o Fortaleza como objetivo fim da religiosidade. A torcida já fez vários mosaicos sempre exaltando o Fortaleza e, de repente, exaltando a Deus sem combinar, sem aviso prévio. As pessoas foram usadas neste caso. É meio que assustador. Queremos voltar a normalidade. Tudo bem ter religião, mas o Fortaleza não pode levantar uma bandeira", diz Emídio, citando o mosaico da torcida com os dizeres "Toda a glória a Deus" no primeiro jogo da final contra o CSA, no Castelão.

 

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Segundo Emídio, os torcedores que defendem a laicidade no clube ultrapassa os 109 que assinaram a carta. "É porque queríamos entregar logo ao presidente. Colhemos as assinaturas ontem (quarta, 18) para entregar logo, mas tem muito mais gente insatisfeita".

Presidente
Procurado pelo Esportes O POVO, o presidente Luiz Eduardo Girão afirmou já ter conhecimento do movimento, mas que no momento o foco é a final diante do CSA. "As pessoas do movimento foram recebidas por mim (Eduardo) e batemos um papo agradável no Pici. A cultura de paz agrada a todos nós, e isso nos une. Estou dentro do avião seguindo para Maceió com a delegação, e o foco nesses dias é na finalíssima de sábado assim como a semifinal da Copa Fares Lopes", comentou.

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