Saiba o que Ceará e Fortaleza acham sobre o novo calendário do futebol brasileiro

Leão e Vovô destacam adaptação do calendário para enxugar datas e diálogo com a CBF como principais pontos

13:37 | Out. 02, 2025

Por: Lara Santos
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 13-07-2025: Fabiano e Pochettino em Fortaleza x Ceará pelo Clássico Rei na Serie A do Brasileirão na Arena Castelão. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo) (foto: Samuel Setubal)

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) oficializou, nessa quarta-feira, 1º, mudanças significativas no calendário das competições nacionais do futebol masculino. Para os clubes cearenses, em especial a dupla Ceará e Fortaleza, os principais impactos estão na alteração das regras da Copa do Nordeste, no novo formato da Copa do Brasil e na antecipação da Série A.

Presidente da Federação Cearense de Futebol (FCF), Mauro Carmélio acompanhou presencialmente o anúncio na sede da CBF, no Rio de Janeiro. Segundo ele, as novas diretrizes representam um avanço para as federações.

“O principal impacto positivo do novo calendário está no diálogo aberto e transparente que a CBF manteve com as Federações e os clubes ao longo de todo o processo. Esse alinhamento foi fundamental para que todos os atores do futebol brasileiro pudessem contribuir com suas visões e necessidades”, destacou Carmélio.

O que dizem os clubes?

CEO da SAF do Fortaleza, Marcelo Paz avaliou como positivo o impacto das novas mudanças no futebol brasileiro.

“Cabe valorizar a coragem e esforço da nova gestão da CBF em encarar um tema tão complexo com mudanças estruturais. Sei que o campeonato Brasileiro no ano todo sempre foi um desejo das TVs, que é quem paga a conta, então acho justo e válido a mudança”, afirmou.

O dirigente tricolor enfatizou ainda a redução do calendário das equipes da elite nacional, que disputam diversos campeonatos e são impactadas pela agenda cheia. Em 2024, o Fortaleza foi o time brasileiro que mais disputou jogos (73), por cinco competições diferentes, e viajou cerca de 82.715 km.

“Redução de datas de Estaduais também era necessário, bem como democratizar ainda mais a Copa do Brasil e Série D. São acertos. Diminuir jogos para os clubes que têm o calendário mais extenso do mundo também é algo muito bom”, concluiu Paz.

Já o presidente do Ceará, João Paulo Silva, deu ênfase aos desafios impostos pelo novo formato do calendário, principalmente a Série A, que, a partir de 2026, será disputada de janeiro a dezembro. 

“É um calendário que nos desafia, pois a principal competição do País já começa em janeiro. Com isso, o planejamento para a construção do elenco precisa ser antecipado e ainda mais estrategicamente pensado”, avaliou.

Atual 11º colocado do Brasileirão, o Ceará tem 60% de chances de classificação para a Copa Sul-Americana, conforme estatísticas do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em caso de vaga no torneio continental, o Vovô deixaria de disputar o Nordestão.

“Sabemos que ainda é cedo para falar na presença do Ceará em competições da Conmebol, mas reforço o nosso desejo de participar, sim, independentemente de qualquer coisa, da Copa do Nordeste. É um campeonato importante e que valoriza demais os clubes nordestinos. O presidente da CBF, Samir Xaud, vem dialogando bastante com os clubes. Levaremos essa ponderação para ele”, pontuou João Paulo.