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Ceará e Fortaleza veem mudanças nos direitos de transmissão com bons olhos e fazem projeções

Presidentes de Vovô e Leão comentaram o novo texto da Lei Pelé, em caráter provisório, que dá aos clubes mandantes os direitos de transmissão das partidas de futebol

A mudança na política de direitos de transmissão do futebol brasileiro, realizada por meio da Medida Provisória 984, que entrou em vigor nesta quinta-feira, 18, é vista com bons olhos pelos presidentes de Ceará e Fortaleza. Para ambos, a modificação significa mais força e oportunidade aos clubes para negociar com o mercado.

“Vai empoderar os clubes, principalmente os que possuem grandes torcidas. E vai haver uma transformação no mercado, possibilidade de novos players (plataformas de transmissão), mudar o que está aí”, avalia Robinson de Castro, presidente do Ceará. O chefe da diretoria executiva do Fortaleza, Marcelo Paz, concorda e resume a mudança como “protagonismo aos clubes e maior flexibilidade para negociar”.

Os dois, inclusive, já miram uma competição para colocar em prática a nova regra: o Campeonato Cearense de 2021. O contrato de transmissão do Sistema Verdes Mares com os clubes do Estadual se encerra nesta temporada, o que abre espaço para novas negociações a partir do ano que vem. Além de emissoras de TV, os clubes poderiam oferecer o produto para outras plataformas. A MP 984, no entanto, só possui validade por 120 dias, tendo que ser aprovada no Congresso para se tornar definitiva.

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Quanto à competições que estão por retornar ou iniciar em 2020, os presidentes acreditam que não será possível gerar novos negócios devido contratos já firmados com emissoras de TV. O novo texto da Lei Pelé não aborda sobre o assunto e a medida é extremamente recente, por isso ainda existem dúvidas. Se for como os dirigentes estão pensando, as voltas do Campeonato Cearense, Copa do Nordeste e em breve o início da Série A do Brasileiro não terão alterações referentes a transmissões de jogos.

A exceção, segundo Marcelo Paz, está nos direitos internacionais do Campeonato Brasileiro, que ainda não estão vendidos. “Se alguém lá fora quiser comprar os direitos internacionais para transmitir Fortaleza e Flamengo, por exemplo, eu posso vender, sem pedir ao adversário”, explica o dirigente. A mesma lógica pode se aplicar a grandes jogos locais para outros mercados (nacionais ou internacionais), na avaliação de Robinson de Castro. “No (campeonato) Cearense, se eu sou o mandante e vou enfrentar o Fortaleza, posso vender (os direitos de transmissão) para alguém, não preciso de autorização”, disse.

O presidente do Ceará também vê a oportunidade de potencializar a arrecadação com direitos se alguns times negociarem em bloco. “Se oito clubes venderem direitos juntos no Brasileiro, por exemplo, cada um faz 19 jogos como mandante, então são 152 jogos para transmitir. Quanto vale isso?”, alerta o dirigente. Sem a MP 984, a mesma hipótese representa apenas 56 jogos, ou seja, seria um salto de cobertura de 14,7% para 40%.

Existe ainda a possibilidade das próprias equipes transmitirem seus jogos, por meio da internet. Para os presidentes de Vovô e Leão, esse ponto pode ser um plus (algo a mais) para seus torcedores. O Fortaleza, por exemplo, prepara um aplicativo para ser lançado em julho que terá streaming integrado. Transmitir jogos por ele está nos planos. No Ceará, a ideia é gerar ainda mais conteúdo para o torcedor, em especial o sócio, incluindo uma transmissão mais extensa, levando pré e pós-jogo com exclusividade, por exemplo. A geração própria de partidas, para ambos, no entanto, ainda está no campo da possibilidade.

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