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Prevista para outubro, Série C do Cearense já está sob ameaça de liminar

Entenda a situação
17:29 | Ago. 14, 2018
Autor Brenno Rebouças
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Brenno Rebouças Repórter
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Tipo Notícia

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Está marcado para outubro o início da última divisão do Campeonato Cearense, a Série C, que desta vez terá nove participantes. Dois meses antes da bola rolar, no entanto, a competição já é alvo de reivindicação e até ameaça de embargo judicial. O motivo é a restrição de idade imposta pelo Regulamento Geral das Competições (RGC) no certame, que é porta de entrada para o futebol profissional do Estado.

De acordo com o artigo 26 do RGC, “O Campeonato Cearense da Série C será disputado por atletas com até 23 anos, ou seja, nascidos em 1995, ou mais novos”. A determinação fez com que o Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Ceará (Safece) fosse provocado por alguns jogadores de futebol que não se enquadram na limitação.

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“A reivindicação dos atletas através do Sindicato é baseada na própria Constituição. Os atletas de futebol não têm calendário para o ano todo e essa é uma das grandes dificuldades desses trabalhadores, que são chefes de família, que tem contas pra pagar no fim do mês como todos nós. Quando tem uma competição que é limitada por idade, tira do mercado de trabalho uma grande parte de atletas que estão aguardando por ela e isso traz muitos transtornos , inclusive sociais”, explicou o presidente do Safece, Marcos Gaúcho, que procurou a Federação Cearense de Futebol (FCF) para tentar uma solução administrativa (sem precisar ir à justiça).

A entidade que representa os jogadores publicou uma nota de repúdio alegando que a limitação de idade é inconstitucional e avisando que, se necessário for, vai à justiça provar isso.  “É lamentável que a Federação, seus dirigentes o os clubes de futebol por meio também dos dirigentes coloquem esse tipo de limitação. O mercado, a demanda, a oferta e a procura é que devem reger todas as profissões", disse Gaúcho.

Ao que tudo indica, a decisão terá que ser tomada mesmo na justiça, uma vez que a FCF não fará alteração no RGC. Segundo o departamento jurídico da mentora do futebol cearense, o regulamento foi publicado em outubro do ano passado e o período para questionamentos e possíveis mudanças já passou faz tempo.

Além disso, segundo o diretor de competições da FCF, Júlio Manso, todos os nove clubes que vão jogar a Série C (Calouros, Pacatuba, Verdes Mares, Crateús, Nova Russas, Tianguá, Campo Grande, Crato e Juazeiro)  ratificaram o artigo de forma unânime no conselho téncico da competição.

“A gente percebeu ao longos dos anos que os mesmos atletas que jogam a Série A do Cearense acabam jogando também as séries B e C. Então a ideia é fazer com que a Série C seja um campeonato que dê oportunidade para que jovens atletas, para que possam se destacar e jogar uma competição profissional e assim acontecerem revelações no futebol cearense”, explica Manso. Apesar de não ter sido citado, o aspecto financeiro também tem grande impacto, diminuindo os custos dos clubes.

O diretor de competições da FCF disse entender a o problema de calendário reivindicado pelo Safece, mas ressalta que o futebol cearense tem competições sem restrições de idade que absorvem grande parte do mercado de jogadores de futebol. “a Federação tem duas competições profissionais no primeiro semestre e duas no segundo semestre. Tem a Fares Lopes, que não tem restrição de idade e acontece em paralelo com a Sèrie C. São nove equipes disputando e atletas que se não tivesse a competição não estariam empregados”, argumenta.

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