De lesão a gol no Flamengo, Sanchez se reencontra no futebol carioca e revela gratidão ao Ceará: "A base de tudo"

Formado nas categorias de base do Vovô, o lateral-esquerdo atuou profissionalmente pelo alvinegro em 2015 e 2016, quando deixou o clube em busca de outras oportunidades no futebol

A trajetória do lateral-esquerdo Sanchez no futebol, formado nas categorias de base do Ceará, nunca foi fácil. Perseverante, não desistiu do esporte como carreira mesmo precisando enfrentar 15 meses longe dos gramados devido a uma lesão. O tratamento foi feito em casa, sem utilizar a estrutura de nenhum clube, somente com a ajuda dos pais e amigos. Contratado pela Portuguesa-RJ nesta temporada para a disputa do Campeonato Carioca, estreou marcando gol no Flamengo-RJ, um dos principais times do Brasil, e foi eleito o melhor em campo na rodada seguinte, diante do Audax-RJ.

"O gol veio para colocar um selo nesse tempo que eu fiquei parado, algo que vai ficar marcado na minha vida, para que eu jamais esqueça como foi difícil, como eu precisei me reinventar, ser forte, resiliente, para chegar no nível profissional, mesmo sem ter ninguém específico do futebol ao meu lado. Meus amigos que me ajudaram nisso, tiveram que se virar para estudar futebol para me ajudar. Me sinto muito orgulhoso pela partida que fiz. Esse gol veio para falar 'cara, isso que tu fez vai marcar o resto da tua vida, transformar quem você é'. Estou muito melhor do que antes", contou ao Esportes O POVO.

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"O período mais difícil da minha vida", foi como Sanchez definiu a lesão que sofreu no dia 17 de outubro de 2020, ano em que atuava pelo Figueirense-SC. O clube catarinense, no entanto, optou por não estender o contrato com o lateral, deixando-o à mercê. A decisão foi retornar para Cascavel (CE), sua cidade natal, onde se recuperou da contusão e se dedicou para retomar as boas condições físicas através de corridas na rua, crossfit e pedaladas de bicicleta.

“Em nenhum momento desde que iniciei no futebol, imaginei ficar tanto tempo sem jogar. Hoje eu me sinto muito orgulhoso, por tudo que consegui fazer nesse ano parado. Não podia estar jogando? Mas eu estava treinando todos os dias. Coloquei objetivos em relação ao preparo físico, nutrição, mentalidade, e eu fico muito feliz que consegui ser muito bem sucedido nessas três áreas. Minha família e amigos sempre me deram suporte. Quando eles notavam que eu estava um pouco desanimado, me falavam uma palavra de fé, de segurança, para que eu continuasse”, relembrou.

Da mesma geração que o atacante Arthur Cabral, atualmente na Fiorentina-ITA, e do lateral-direito Buiú, Sánchez surgiu na base do Ceará sob grandes expectativas. O lateral-esquerdo foi descoberto pelo Vovô com 14 anos ao ir à sede do clube com seu pai, Clairton, torcedor apaixonado pelo Alvinegro, e completar, por casualidade, a equipe reserva sub-14, que estava sem jogadores suficientes no dia. Em campo, marcou dois gols nos titulares e foi convidado para permanecer no time.

"O Ceará para mim significa origem, a base de tudo, como profissional e pessoa. O clube me deu muita condição e estrutura. O mínimo nunca deixou de ter. Na época que eu estava não se podia comparar a hoje, mas eles sempre estavam buscando dar o melhor não só para mim, mas para todos os atletas. Se eu tenho algum reconhecimento hoje (no futebol), com certeza foi o Ceará que abriu essas portas para mim, e eu jamais poderia deixar de ser grato pelo clube que me colocou no cenário nacional. Tenho um carinho enorme”, compartilhou.

Em 2015, com 20 anos de idade, fez sua estreia profissionalmente com a camisa alvinegra diante do Confiança-SE, em confronto válido pela Copa do Brasil, competição pela qual também foi titular contra o São Paulo. A trajetória no Vovô durou até 2016, quando foi emprestado e, em seu retorno, desligado do clube em comum acordo.

"Antes de sair do Ceará, eu fui emprestado para o Cabofriense, em dezembro de 2016, para jogar o Carioca. Fiz oito jogos, com oito vitórias, tive uma ótima passagem por lá. Na volta, eu fui informado pelo Ceará que seria melhor ter oportunidades em outros lugares, e eu, juntamente do meu empresário, também concordamos com isso, e assim encerramos o vínculo com o clube. Mesmo tendo sido bem difícil a sequência de times que eu fui, que não tiveram sucesso, particularmente, para mim, foi muito bom como profissional. Pude evoluir, amadureci muito, melhorei o meu jogo e ganhei confiança. Foi difícil, mas isso me ajudou muito", relembrou.

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