Curiosidades da Copa do Mundo: assim como no Brasil, Rússia tem estádio superfaturado
Arena Zenit teve seu custo superfaturado durante a construção. Valor é superior ao do estádio brasileiro mais caro construído para o Mundial de 2014
22:50 | Mai. 25, 2018
Autor Samuel Pimentel
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Samuel Pimentel
Jornalista no OPOVO
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Não foram só nas reformas e construções de estádios para a Copa do Mundo no Brasil que tiveram denúncias de superfaturamento. Estádios na Rússia também passaram por este problema. Exemplo da situação é o caso de São Petersburgo. Projetado para receber sete jogos no Mundial 2018, a Arena Zenit viu seu valor saltar mais de R$ 2 bilhões em menos de um ano.
Em agosto de 2016, a empresa responsável pelas obras foi substituída após não cumprir o prazo de entrega. O líder da oposição ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou, em vídeo, o desvio de aproximadamente 500 milhões de euros - cerca de R$ 2 bilhões.
Inaugurada ainda em 2017, para a Copa das Confederações, a Arena custou mais de 1,4 bilhão de dólares - ou cerca de R$ 4,8 bilhões. O valor é superior ao do estádio Mané Garrincha, em Brasília, que foi o mais caro da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
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O custo final da Arena Zenit, divulgado pelos russos, passa - e muito - do estádio Mané Garrincha, que custou exorbitantes 830 milhões de dólares (R$ 3,024 bilhões, pela cotação atual). Segundo levantamento feito pela Pluri Consultoria, em 2014, o estádio da capital federal era o terceiro mais caro do mundo, com US$ 11,4 mil gastos por assento.
A principal diferença entre o dinheiro gasto por russos e brasileiros é que na Arena Zenit houve investimento privado no início da construção. A Gazprom, patrocinadora master do Zenit, clube que vai gerir o estádio após a Copa, investiu milhões de euros no início das obras e cedeu lugar ao governo que resolveu tomar o controle das obras em 2016. No caso do Mané Garrincha, o governo do Distrito Federal bancou a obra do início ao fim. Hoje, a grande arena brasileira que tem capacidade para 72.788 é subutilizada.