Álbum da Copa do Mundo: vendedores relatam falta de produtos em bancas de Fortaleza
O POVO conversou com alguns donos de banca da capital e apurou que os pacotes de figurinhas e principalmente os álbuns não atendem a demanda dos colecionadores
Febre em Fortaleza, o álbum da Copa do Mundo ainda não completou um mês de vendas desde que a edição de 2022 foi lançada, em 15 de agosto, e os itens já carecem de estoque nas bancas de Fortaleza.
O POVO conversou com alguns donos de banca da capital e apurou que os pacotes de figurinhas e, principalmente, os álbuns não atendem a demanda dos colecionadores, que recorrem aos cambistas para adquirirem os itens.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Segundo Paulo Eugênio, dono da Banca Praça Portugal, a Panini foi “surpreendida” pelo consumo, tendo em vista o aumento dos preços dos cromos.
“Eu tô trabalhando 24 horas por dia, em três turnos, para atender as necessidades. E por isso que têm faltado álbuns, figurinhas e, principalmente, o famoso álbum de capa dura”, explicou.
Um dos itens mais procurados por colecionadores, o álbum de capa dura tem se tornado cada vez mais difícil de ser adquirido neste início de vendas. Ainda conforme Paulo, apenas 50 unidades de capa dura foram entregues pela distribuidora para a banca até o momento da apuração. Ele ainda revelou que algumas pessoas que compraram o produto na pré-venda ficaram sem recebê-lo e ainda estão no à espera.
E a quantidade distribuída foi ainda menor na Banca do Parque do Cocó. Segundo Marine Saraiva, proprietária da banca, somente dez álbuns com capa dura foram entregues à loja. Ela afirma que a distribuidora está limitando tanto os álbuns quanto as figurinhas.
“(A procura) tá demais, já está faltando produtos. A distribuidora está limitando (os pacotes) de figurinhas porque eles não imaginavam que a demanda seria tão alta. Eu já disse para uma centena de pessoas que não tinha álbum de capa dura. Se eu tivesse 200 álbuns de capa dura já teria vendido os 200 e estaria faltando”, contou.
Alternativas com cambistas
Presentes nas aglomerações nos principais pontos de troca de figurinhas em Fortaleza, cambistas vendem e trocam produtos da Copa do Mundo separadamente. Em geral, eles têm cada um dos 670 cromos colecionáveis e negociam com colecionadores. Alguns cards simples podem ultrapassar o valor de R$ 10, dependendo da necessidade do comprador.
Pai de Matheus Fernandes, de 10 anos, Thiago Carneiro acompanha o filho na missão de completar o álbum. O fisioterapeuta de 36 anos revelou já ter pagado R$ 25 diretamente a um cambista por uma única figurinha.
"Em 2018, quando a gente estava perto de terminar (o álbum), eles (os cambistas) estavam vendendo as figurinhas de R$ 5,00 à R$ 20,00 só em uma figura", falou.
Também colecionador, o garoto João Pedro, de 13 anos, foi à Banca Praça Portugal para comprar e trocar figurinhas, mas se deparou com a falta de estoque. Dessa forma, ele recorreu aos cambistas na praça e comprou algumas figurinhas individuais dos jogadores da seleção brasileira.
Ainda em busca de completar o primeiro álbum da Copa do Mundo, ele conta a emoção proporcionada pelo clima do torneio que o motiva a colecionar os cromos.
“Eu acho irado. É uma época do ano que temos que viver porque são a cada quatro anos, e a gente não sabe se vai estar aqui na próxima Copa. É um dos meus sonhos completar um álbum. O meu primeiro álbum que comecei a colecionar foi em 2018 e eu não consegui completar”, contou João Pedro, que revelou que faltavam cerca de 50 figurinhas para completar o álbum.
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente