Justiça absolve todos os réus do caso do incêndio que matou 10 atletas de base do Flamengo
Ao todo, dez atletas da categoria de base do Flamengo faleceram no incêndio no centro de treinamento Rubro-Negro
A 36ª Vara Criminal do Rio de Janeiro absolveu nesta terça-feira, 21, todos os réus acusados pelo crime de incêndio culposo ocorrido no centro de treinamento conhecido como Ninho do Urubu, em 2019, que causou a morte de dez atletas das categorias de base do Flamengo.
Para o juiz Tiago Fernandes de Barros, que assina pela Comarca, a absolvição foi baseada em princípios da “ausência de demonstração de culpa penalmente relevante e na impossibilidade de estabelecer um nexo causal seguro entre as condutas individuais e a ignição”.
Os absolvidos foram: Márcio Garotti, Marcelo Maio de Sá, Claudia Pereira Rodrigues, Danilo Duarte, Weslley Gimenes, Fábio Hilário da Silva e Edson Colman. Os réus ocupavam cargos responsáveis pelo alojamento dos adolescentes e pela manutenção dos equipamentos da locação.
O juiz ainda afirmou que a deliberação “não elimina a tragédia dos fatos, mas reafirma que o Direito Penal não pode converter complexidade sistêmica em culpa individual”.
Relembre o caso
Na noite da tragédia, dia 8 de fevereiro de 2019, os jogadores estavam alocados em um contêiner. Um curto-circuito em um ar-condicionado teria sido, conforme os peritos, a causa do início do incêndio. Segundo as investigações, provou-se que o material da instalação provocou o alastramento das chamas. Outros 16 atletas escaparam com vida, sendo três com ferimentos.
Morreram no incêndio Athila Paixão, Arthur Vinícius, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Gedson Santos, Jorge Eduardo Santos, Pablo Henrique, Rykelmo de Souza, Samuel Thomas Rosa e Vitor Isaías. Todos com idades entre 14 e 16 anos.
De acordo com a Prefeitura do Rio, o Centro de Treinamento Presidente George Helal, nome oficial do Ninho do Urubu, à época, não tinha alvará de funcionamento. A Justiça realizou a primeira audiência de instrução e julgamento do processo criminal em agosto de 2023, quatro anos e seis meses após a tragédia.