Pelé: documentário da Netflix celebra conquistas e expõe personalidade do maior ídolo do futebol

Obra de David Tryhorn Ben Nicholas apresenta bem Edson Arantes do Nascimento ao mundo, embora peque na narrativa

Se você perguntar em uma rua no Brasil quem é Edson Arantes do Nascimento, é provável que muitos respondam: “O Pelé”. Se o questionamento for relacionado ao indivíduo, no entanto, poucos saberão explicar quem foi o humano por trás do maior jogador de futebol de todos os tempos. Lançado na rede de streaming Netflix esta semana, o documentário ‘Pelé’ inicia-se contando quem foi Edson, quem foram suas primeiras inspirações e o que aspirava o garoto que jogava bola na terra pisada da cidade de Três Corações, em Minas Gerais.

A obra dirigida por David Tryhorn e Ben Nicholas cria uma imagem humanizada do ídolo do Brasil e, para isso, ambos contaram com um excelente e longo acervo que deixa qualquer espectador de olhos vidrados. Vídeos de Pelé tímido chegando em Santos, das suas primeiras convocações na Seleção Brasileira, todos esses momentos foram mesclados com depoimentos de pessoas que viveram aquelas recordações com o rei do futebol.

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Para um homem que possui a maior imagem de ídolo do futebol pelo que jogou e pela conquista de três Copas do Mundo, a ambientação criada no início do documentário com auxílio de excelente fotografia é de total importância até mesmo para entender o contraste entre o início da notoriedade e da fama e o presente mais debilitado, apresentado quando ele chega para a entrevista com o auxílio de um andador.

Após apresentar a personalidade do acanhado camisa 10, a película se aprofunda nas questões futebolísticas e segue na riqueza de imagens de modo a emocionar até mesmo quem não viveu aquela época, ou tinha pouca dimensão de como funcionava o ambiente futebol na década de 1960. Traçando o passo a passo do rei na Seleção Brasileira e trazendo cenas com o Santos Futebol Clube, é possível para quem não viveu aqueles momentos ter uma boa dimensão da grandeza de Pelé e do que se passava na cabeça dele enquanto vivia os dias de glória e também de incertezas, como no antecedente à Copa de 1970.

O pecado da narrativa começa a nascer daí. Ao iniciar a linha do tempo do crescimento de Pelé enquanto jogador, o discurso falha ao falar da vida pessoal, citando assuntos e não os finalizando. E embora dê ênfase em sua sinopse que abordará como o ex-jogador viveu à sombra da ditadura, o filme faz isso de forma rasa. Mesmo não deixando o interrogatório ao rei de lado, mostrando imagens de repressão e questionando o ídolo sobre sua proximidade com ditadores na época, gastou-se muito pouco tempo com a temática para que esta fosse destacada na descrição do longa-metragem.

É necessário ser justa quanto ao fato de Pelé não desviar das perguntas e das cobranças de posicionamento. Não há um mea-culpa ou amenização ao fato dele ter andado próximo à ditadores. O documentário é honesto e mostra, de fato, quem foi e quem será eternamente o maior jogador de todos os tempos, amando-o ou não.

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Ficha técnica

Direção e produção: David Tryhorn e Ben Nicholas
Diretor de fotografia: Michael Latham
Gênero: documentário
Duração: 1h48min
Disponível em: Netflix

Veja o trailer do documentário: 

 

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