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Das 24, apenas 9 seleções da Copa do Mundo Feminina são comandadas por técnicas mulheres

África do Sul, Alemanha, Escócia, Estados Unidos da América, França, Holanda, Itália, Japão e Tailândia são as nove seleções comandadas por técnicas mulheres
11:24 | Jun. 14, 2019
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Apenas nove seleções das 24 participantes na Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2019 da Federação Internacional de Futebol (Fifa) são comandadas por técnicas mulheres. África do Sul (49ª na posição do ranking), Alemanha (2ª), Escócia (20ª), Estados Unidos da América (1ª), França (4ª), Holanda (8ª), Itália (15ª), Japão (7ª) e Tailândia (34ª) são as seleções lideradas por ex-jogadoras mulheres. O mundial teve início na última sexta-feira, 7, e segue até o dia 7 de julho, com sede na França.

Confira lista e conheça um pouco sobre a história de cada uma:

África do Sul

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Como não havia clubes femininos, ela jogava com seus amigos e primos depois da escola.
Como não havia clubes femininos, ela jogava com seus amigos e primos depois da escola. (Foto: Damien Meyer/AFP)

Não havia clubes femininos na década de 70, época da infância de Desiree Ellis, 57, em Salt River, um subúrbio da Cidade do Cabo. Ela jogava, então, com seus amigos e primos depois da escola. De 2006 a 2016, comandou o Spurs Ladies, um clube sul-africano fundado em 1986, do subúrbio de Wynberg, Cidade do Cabo. Treinadora da seleção sul-africana desde 2016, a ex-futebolista e meio-campista é pioneira no Futebol Feminino da África do Sul. Dos 32 jogos com a equipe, já venceu 23 partidas e teve sete derrotas e dois empates. A seleção participa pela primeira vez no mundial no grupo A.

 

Em 2018, venceu o prêmio de Treinadora do Ano, uma categoria do prêmio da Confederação Africana de Futebol (CAF). A CAF Awards, noite de premiação aos melhores jogadores do continente africano, ocorreu em 8 de janeiro deste ano. É membro fundadora da Seleção Nacional de Futebol da África do Sul, apelidada por uma palavra da língua banto suaíli, Banyana Banyana (The Girls). Em abril de 2002, decidiu se aposentar aos 38 anos. 

Alemanha

Martina assumiu a Seleção da Alemanha em novembro de 2018.
Martina assumiu a Seleção da Alemanha em novembro de 2018. (Foto: AFP)

Martina Voss-Tecklenburg, 51, jogava de meio-campista no FCR Duisburg e chegou a ganhar o equivalente à bola de ouro da Alemanha duas vezes, em 1996 e 2000. Ela disputou 125 jogos, no FCR Duisburg e Siegen, sendo tetracampeã europeia pelos dois times (1989, 1991, 1995 e 1997). Foi no FCR Duisburg que a ex-futebolista iniciou sua carreira como treinadora, vencendo a Uefa feminina na temporada 2008/09. Ela também comandou o Jena, outro time da liga feminina alemã de futebol.

A meia assumiu o comando das Die Nationalelf com a saída de Steffi Jones, 46, após a derrota para a Islândia nas eliminatórias para a Copa da França. Para Martina, cabe a missão de levar a Alemanha de volta aos anos dourados.

Antes de assumir a seleção de seu país, ela orientava a Suíça e ficou com a equipe até o fim das qualificatórias para o Mundial da França. Porém, as selecionadas não conseguiram se classificar para o torneio. Posteriormente, Martina assumiu a Alemanha em novembro de 2018 e a equipe bicampeã (2003 e 2007) é uma das favoritas ao título. Ainda assim, não teve nenhum resultado expressivo na competição, venceu a China por 1 a 0 na primeira rodada e repetiu o feito na segunda rodada sobre a Espanha.

Escócia

A treinadora Shelley Kerr e a primeira-ministra Nicola Sturgeon.
A treinadora Shelley Kerr e a primeira-ministra Nicola Sturgeon. (Foto: Associação Escocesa de Futebol/Divulgação)

Michelle Kerr, 49, é treinadora da Seleção da Escócia desde 2017, depois da campanha desastrosa na Eurocopa do mesmo ano. Era a zagueira na seleção escocesa e acumulou três gols ao longo de 59 jogos pela equipe.Como treinadora ela tem mais destaque, antes de assumir as selecionadas britânicas ela comandava o Arsenal feminino. Em sua breve passagem pelo clube inglês, a ex-zagueira conquistou duas Copas da Inglaterra (2013 e 2014) e uma Superliga inglesa.

Shelley, como é mais conhecida, iniciou carreira liderando suas antigas equipes, Kilmarnock e Hibernian. Além disso, ela foi a primeira mulher do Reino Unido a liderar uma equipe “sênior”, algo que chamou atenção na época, 2014, quando ela comandava o time da Universidade de Stirling na Lowland league. A ex-futebolista ainda não tem nenhum prêmio como técnica, mas recentemente ganhou o título de Membro da Ordem do Império Britânico (MBE, em inglês), por sua paixão pelo futebol.

As selecionadas conseguiram se classificar para a Copa diante da então favorita nas classificatórias, Suíça. Na primeira rodada enfrentaram a Inglaterra, porém, perderam de 2 a 1.

Estados Unidos

Jill Ellis é britânica, mas só começou a jogar futebol depois que sua família se mudou para os Estados Unidos.
Jill Ellis é britânica, mas só começou a jogar futebol depois que sua família se mudou para os Estados Unidos. (Foto: Frederick Breedon/AFP)

Jillian Ellis, 52, é britânica, mas só começou a jogar futebol depois que sua família se mudou para os Estados Unidos, porque não havia muita oportunidade na Inglaterra para as moças. Ela não teve uma carreira muito longa como futebolista, tendo atuado apenas em um time de ensino médio, sendo responsável por levá-lo a um título estadual.

Em 2014, passou a comandar a equipe estadunidense e conduziu a equipe na conquista de seu tricampeonato no Mundial do Canadá em 2015. Mas, na fase final das eliminatórias para a Copa da França, a treinadora gerou controvérsias ao testar e deslocar atletas para outras posições. Apesar disso, ela tem metade da seleção que disputou o torneio no Canadá. Os Estados Unidos já começaram o Mundial com uma goleada de 13 a 0 sobre a Tailândia na primeira rodada.

França

 

Em 2015, a ex-jogadora foi nomeada pela revista France Football como a técnica do ano da segunda divisão.
Em 2015, a ex-jogadora foi nomeada pela revista France Football como a técnica do ano da segunda divisão. (Foto: AFP)

A seleção francesa é comandada por Corinne Diacre, 44, que quebrou barreiras antes de liderar sua atual equipe. Durante três temporadas, ela treinava o Clermont Foot, time da segunda divisão do campeonato francês e mesmo com o menor orçamento da Ligue 2, ela conseguiu fazer o time escapar da zona de rebaixamento, ficando em 12ª posição.

Na temporada seguinte, a treinadora, ainda com o orçamento reduzido, conseguiu que o clube tivesse um bom êxito. O Clermont quase entrou para a elite do futebol francês,a Ligue 1, ficando em 7º lugar na Ligue 2. Ele ainda figurou as primeiras posições durante algumas rodas e foi o melhor ataque (56 gols) e a terceira pior defesa (53) daquele período. Mesmo assim, a ex-jogadora foi nomeada pela revista France Football em 2015 como a técnica do ano da segunda divisão.

Em sua terceira temporada pelo time, 2017, Corinne foi chamada para liderar as selecionadas francesas no Mundial, algo que ela pode viver ao longo de sua carreira como futebolista. Ela atuava como zagueira, tendo disputado 121 jogos pelas Le Bleues. Corinne jogou por 12 anos, vestindo a camisa do ASJ Soyaux.

A França começou a copa com o pé direito, com um placar de 4 a 0 sobre as sul-coreanas. Na segunda rodada, disputada no dia 12 de junho, as Le Bleues encontraram mais dificuldade diante das norueguesas, mas conseguiram manter a liderança com o placar de 2 a 1.

Holanda

Começou a jogar ainda criança, quando cortava o cabelo bem curto para ser confundida com seu irmão gêmeo e poder jogar com os meninos.
Começou a jogar ainda criança, quando cortava o cabelo bem curto para ser confundida com seu irmão gêmeo e poder jogar com os meninos. (Foto: AFP)

O nível do futebol feminino da Holanda era menor na época de Sarina Wiegman, 49, atual treinadora das Oranje Leeunwinnen (Leoas Laranjas). A ex-futebolista começou a jogar ainda criança, quando cortava o cabelo bem curto para ser confundida com seu irmão gêmeo e poder jogar com os meninos. Nem sempre dava certo, mas a técnica não desistiu. Ainda jovem, foi para os Estados Unidos para um programa de imersão no futebol feminino. A ex-atleta quis colocar em prática em seu país o que havia aprendido, porém deparou-se com as dificuldades da modalidade. Sua carreira iniciou quando ela passou a treinar garotas em competições mistas (times masculinos competindo contra femininos).

O primeiro clube que Sarina orientou foi o ADO Den Haag, no qual ela pode colocar os conhecimentos adquiridos no solo estadunidense. A frente do time ela conquistou o campeonato nacional de 2012 e a KNVB Cup de 2012 e 2013. A ex-jogadora já teve contato com a equipe feminina de seu país como assistente de Roger Reijners, 55, e de Arjan van der Laan, 49, chegando a ser a técnica interina com a saída dos dois. Sarina também foi assistente de Ole Tobiasen, 43, no clube de futebol masculino Jong Sparta Rotterdam.

Pela seleção holandesa, foi a primeira a disputar mais de 100 partidas, foram 104 no total. Como treinadora, assumiu as Leoas Laranjas em 2017 e se destacou no mesmo ano pela conquista da Eurocopa. As selecionadas são as atuais líderes do grupo E, pois venceram a Nova Zelândia por 1 a 0 na primeira rodada. 

Itália

Durante 15 anos, atuou no futebol italiano como zagueira e se aposentou em 2001.
Durante 15 anos, atuou no futebol italiano como zagueira e se aposentou em 2001. (Foto: Andreas Solaro/AFP)

A técnica, Milena Bertolini, 52, atuou no futebol italiano como zagueira durante 15 anos e se aposentou em 2001. Ao longo de sua carreira, acumulou três títulos pela série A do campeonato italiano. Como treinadora, ganhou três Copas da Itália e quatro Supercopas italianas e foi eleita seis vezes a melhor treinadora de futebol feminino da Itália.

A zagueira assumiu as Azzurre em 2017 e desde então tem conduzido com êxito a seleção para a Copa. Foram sete vitórias e apenas uma derrota na campanha de classificação para o Mundial. As italianas voltam para a Copa do Mundo após 20 anos de fora da competição. Na primeira rodada, enfrentaram a Austrália, favorita ao título, mas isso não transpareceu no placar de 2 a 1 sobre as Matildas. 

Japão


Asako Takakura, 51, é a primeira mulher a treinar a seleção feminina de futebol do Japão.
Asako Takakura, 51, é a primeira mulher a treinar a seleção feminina de futebol do Japão. (Foto: AFP)

Asako Takakura-Takemoto, 51, é a primeira mulher a treinar a seleção feminina de futebol do Japão. Ela recebeu a missão em 2016 com a saída do técnico Norio Sasaki, 61, responsável por orientar as selecionadas na conquista do título do Mundial de 2011. Ele também as conduziu para a final da Copa de 2015, porém, as Nadeshiko caíram para os Estados Unidos. Com resultados negativos na classificação para os Jogos Olímpicos de 2016, Sasaki deixou o comando da equipe.

A ex-meio campista estreou nas Nadeshiko ainda jovem. Com 16 anos, fez seu primeiro jogo em 1994. Desde então, foram seis Copas da Ásia, três Copas do Mundo, e também participou dos Jogos Olímpicos de Atlanta de 1996. Ela iniciou sua carreira como treinadora orientando as categorias de base da seleção feminina do Japão. Antes de substituir Sasaki, conquistou o Campeonato Asiático Feminino de Futebol sub-16, Copa do Mundo Feminina de Futebol sub-17 de 2014 e conduziu a equipe nipônica sub-20 ao terceiro lugar da Copa do Mundo Feminina de Futebol de 2016. Além disso, a ex-futebolista já foi eleita seis vezes a melhor técnica do futebol asiático feminino.

Tailândia

Seus primeiros contatos com o esporte foi jogando hóquei de campo na posição de goleira.
Seus primeiros contatos com o esporte foi jogando hóquei de campo na posição de goleira. (Foto: AFP)

Seus primeiros contatos com o esporte foi jogando hóquei de campo na posição de goleira. A ex-jogadora tailandesa, Nuengruethai Sathongwien, 47, é a técnica da Seleção da Tailândia desde 2017. Natural de Nakhon Pathom, uma cidade do centro da Tailândia, um dos feitos em sua carreira como jogadora foi ganhar medalha de ouro nos Jogos do Sudeste Asiático de 1995. Ela teve participação na mesma competição em 1998. Participante do grupo F, a Tailândia compete pela segunda vez na Copa e ocupa a 34ª posição no ranking da Fifa.

Nuengruethai já havia orientado as Chaba Kaew em 2014, e foi responsável por conduzir as selecionadas tailandesas para a sua primeira Copa do Mundo, em 2015 no Canadá, mas foram eliminadas ainda na fase de grupos. No ano seguinte, a técnica foi afastada do cargo após a eliminação da equipe na segunda rodada de classificação para as Olimpíadas do Rio de Janeiro. A seleção asiática não começou bem a Copa, sofrendo uma goleada, 13 a 0, dos Estados Unidos.

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