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Há 25 anos, craque Dener morria em acidente de carro

Meia extremamente rápido e habilidoso, era considerado um dos mais promissores jogadores de sua geração
10:53 | Abr. 18, 2019
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Craque, autor de belos gols e dribles irreverentes. Essas credenciais são de Dener Augusto de Sousa, um dos maiores talentos do futebol brasileiro na década de 1990. Sua precoce e trágica morte durante um acidente de carro no dia 19 de abril de 1994, colocou ponto final a uma carreira evidentemente promissora.

Natural de São Paulo, o meio-campista começou sua trajetória futebolística na Portuguesa, onde foi campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 1991, sendo eleito o melhor jogador da competição - que tem como objetivo revelar atletas de base para o profissional. Dener ainda foi campeão gaúcho pelo Grêmio em 1993 e da Taça Guanabara com o Vasco em 1994. Se vivo, hoje estaria com 48 anos. 

Ainda na adolescência, o camisa 10 foi chamado para atuar no São Paulo (seu time do coração), mas não se adaptou e seguiu para a Lusa, onde se tornou ídolo. Em uma de suas renovações contratuais, o meia pediu um carro de luvas. Era um Mitsubishi Eclipse branco, de placa DNR-0010 (com as consoantes e a camisa que o jogador usava), foi o carro de sua morte.

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O craque chegou a vestir a camisa da seleção brasileira. Na época, Falcão o convocou pela primeira vez para um amistoso contra a Argentina, em Buenos Aires. No empate pelo placar de 3 a 3 com os argentinos no estádio do Vélez Sarsfield, Dener substituiu Luis Henrique, que entrara no lugar de Cafu. O baixinho da Portuguesa fez a jogada do terceiro gol, mesmo com poucos minutos em campo.

Em suas entrevistas, o "reizinho de Canindé" como foi carinhosamente apelidado pela torcida da Portuguesa, costumada dizer que "um drible é muito mais bonito que um gol". Pepe, ex-jogador e ídolo do Santos, que foi técnico de Dener na Portuguesa, declarou em entrevista à “Folha de S.Paulo”, em 1994, que “ele (Dener) foi o jogador que mais se aproximou de Pelé, em relação a talento“.

Manuel Pacheco Gonçalves, então presidente da Portuguesa em 1994, afirmou que o clube paulista tinha quase selado a venda de Dener para o futebol alemão dias antes da tragédia. O atleta seria transferido para o Stuttgart por US$ 3 milhões. “Acertamos a negociação na noite de sábado, quando jantei com o representante do Stuttgart“, disse Gonçalves à “Folha de S.Paulo”, na edição de 20 de abril de 1994.

A família (esposa e três filhos) do jogador permaneceu durante anos na Justiça para receber a indenização sobre sua morte. Quando o Vasco acertou com o atleta por empréstimo, em 1994, o clube carioca não ofertou um seguro de vida, fez somente um seguro por acidente de trabalho. O acordo judicial entre as partes foi decidido em 2007, mas a quitação só ocorreu de fato em 2015, com Eurico Miranda na presidência do Vasco.

O acidente de carro aconteceu na Lagoa, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro, dois dias depois de sua última partida. O empate por 1 a 1 com o Fluminense no quadrangular final do Campeonato Carioca. Dener foi expulso naquela partida e foi para São Paulo durante sua folga.

Dener, que viajava dormindo no banco do carona, foi asfixiado pelo cinto de segurança e ainda bateu com a cabeça no teto do carro, segundo a perícia, que concluiu que o carro estava na quinta marcha, em alta velocidade. Investigações posteriores descobriram que Dener deixou o banco inclinado demais, anulando a eficiência do cinto.

 

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