TSE suspende direito de resposta de Bolsonaro na campanha de Lula
Suspensão será julgada por definitivo às 19 horas desta sexta, 28, e pode, em tese, devolver o direito de resposta a Bolsonaro
O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu o direito de resposta do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) na campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da SIlva (PT) na televisão.
A decisão vai ser julgada por definitivo nesta sexta-feira, 28, às 19h, em uma sessão extraordinária que pode, em tese, devolver o direito de resposta a Bolsonaro.
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O conteúdo questionado associa uma fala de Bolsonaro sobre querer “todo mundo armado” ao aumento de acidentes domésticos com armas de fogo, de feminicídio e da violência em geral, com imagens fortes desses crimes.
No pedido de direito de resposta, o presidente afirma que nunca defendeu que armas fiquem à disposição de crianças, se prestem à intimidação de mulheres ou que venham a estimular a criminalidade.
Com a maioria dos votos, o plenário suspendeu o direito de resposta que havia sido concedido pela relatora, ministra Isabel Gallotti, nesta quinta-feira, 27, em decisão monocrática.
“Se no mérito concedermos o direito de resposta, hoje à noite, amanhã ele será efetivado sem prejuízo à parte. O inverso não é verdadeiro, porque não podemos apagar um direito de resposta concedido e nem conceder uma tréplica inexistente”, disse Alexandre de Moraes.
Ontem, Gallotti concedeu a Bolsonaro direito de resposta tanto na rádio quanto na TV por inserções da campanha petista que associavam a fala do presidente sobre "armar todo mundo" a crimes violentos com armas, como troca de tiros e violência doméstica.
No entendimento da ministra, as imagens foram descontextualizadas da fala original de Bolsonaro, que defendia sua política armamentista. Segundo ela, as cenas exibidas eram “grotescas” com crianças matando outras e tiroteio entre bandidos.
"Na parte da TV, a glosa foi maior em razão das imagens chocantes de pessoas se matando dentro de casa, crimes, tiroteio entre bandidos", disse a ministra.
Em relação à propaganda na rádio, os ministros seguiram a decisão da ministra, que validou uma resposta aos dois segundos da propaganda petista citando a expressão "armam o crime organizado".