Venezuelana contrapõe Bolsonaro e afirma que casa abrigava ação social, diz jornal

Presidente havia insinuado que havia prostituição no local. No episódio, presidente também disse que "pintou um clima" com venezuelanas menores de idade

Uma das venezuelanas que foi visitada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na comunidade São Sebastião, no Distrito Federal (DF), rebateu as falas do político. Durante o episódio, o mandatário disse que as adolescentes estavam se "arrumando" para "ganhar a vida", insinuando prostituição infantil.

Conforme a Folha de S. Paulo, uma das moradoras do local, que pediu para ter o nome preservado temendo retaliações, disse que acontecia uma ação social para refugiados no dia da visita do chefe do Executivo, que na época foi transmitida nos perfis das redes sociais do político.

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Ela contou ao jornal paulista que encontravam-se no local sua filha e sua sobrinha. Na ocasião, uma brasileira estava na localidade para aplicar conhecimentos adquiridos em um curso de estética. Para isso, desenvolvia atividades como corte de cabelo e design de sobrancelhas.

O episódio gerou uma série de críticas a Bolsonaro. Isso porque o presidente disse que "pintou um clima" ao ver, durante passeio no Distrito Federal, um grupo de venezuelanas de 14 e 15 anos. As afirmações ocorreram em entrevista a um podcast com influenciadores esportivos, posteriormente removidos do Youtube.

"Parei a moto em uma esquina, tirei o capacete, e olhei umas menininhas... Três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas, num sábado, em uma comunidade, e vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei", contou sobre o episódio.

Na sequência, ele diz que pediu permissão para entrar na casa. "Entrei. Tinha umas 15, 20 meninas, sábado de manhã, se arrumando, todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos, se arrumando no sábado para quê? Ganhar a vida", afirmou.

Após a repercussão, o presidente fez uma live na madrugada do domingo, 16, para se defender de acusações de pedofilia. "O PT ultrapassou todos os limites. Vinham falando há pouco barbaridades. Mexem com a minha vida particular, fazem barbaridade. Agora fizeram uma que extrapolou todos os limites", disse Bolsonaro.

Ele argumenta que fez a transmissão ao vivo do episódio, na época, para mostrar sua indignação com a situação das meninas venezuelanas. "O PT está tentando me desqualificar, distorceu, como se eu fosse uma pessoa que entrasse naquela casa com outros interesses", afirmou.

Na ocasião, o político conversou com as venezuelanas, que aparecem tanto com máscaras, quanto com rosto descoberto no vídeo. O presidente falou ainda contra o isolamento social para combater a Covid-19 e não fez menção a prostituição infantil ou demonstrou desconforto com a situação.

Durante o domingo, Alexandre de Moraes, presidente do Supremo Tribunal Eleitoral (TSE), atendeu pedido da campanha do presidente e mandou retirar quaisquer menções ao vídeo das redes sociais do adversário petista, com multa de R$ 100 mil em caso de desobediência.


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