Com Flordelis, Guilherme de Pádua e goleiro Bruno, Lula explora apoio de "criminosos" a Bolsonaro

Ofensiva petista ocorre após campanha do presidente destacar vitória de Lula entre eleitores presos

Após a campanha do atual chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL) dizer, em propaganda no rádio e na televisão, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era o mais votado nos presídios, a coligação petista subiu o tom contra o adversário. Durante esta sexta-feira, 14, o PT explorou o apoio de "criminosos", que foram condenados por crimes como assassinato, ao candidato do PL.

"Bolsonaro finge defender o cidadão de bem, mas anda com gente do mal", diz a inserção veiculada na TV durante o dia. Na produção, são exploradas fotos e declarações de apoios de pessoas condenadas ou acusadas por crimes, que em algum momento tiveram alguma ligação com o chefe do Executivo.

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Uma das primeiras imagens usadas é a foto da ex-deputada federal Flordelis ao lado do político. A religiosa é acusada de envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo. Outro nome que aparece é o de Guilherme de Pádua, condenado pelo assassinato de Daniela Perez, filha da novelista Glória Perez.

O material foi amplamente compartilhado nas redes sociais. "Assassinos, milicianos e criminosos. Cuidado! Esse é o time Bolsonaro", diz trecho da produção.

O goleiro Bruno, que recentemente declarou apoio ao presidente em vídeo publicado nas redes sociais, também teve sua imagem veiculada na propaganda. O jogador foi condenado por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver de Eliza Samudio, a mãe do seu filho. Na época do crime, a criança era recém-nascida.

A produção ainda cita o ex-vereador do Rio de Janeiro Gabriel Monteiro, acusado de práticas como intimidações, agressões e crimes contra menores de idade. O político detinha filmagens nas quais aparece fazendo relações sexuais com uma adolescente de 15 anos, o que configura crime, segundo o artigo 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Segundo o G1, o Conselho de Ética da Câmara carioca constatou que o vereador tinha ciência da idade da vítima. Quem também é associado a Bolsonaro, conforme a produção, é o ex-vereador Dr Jairinho, acusado pela morte do menino Henry Borel.

Já no material compartilhado por bolsonaristas nas redes sociais, são divulgados registros dos sites regionais e relatórios das urnas dos presídios. Um dos exemplos utilizados é o de Tremembé, em São Paulo.

"Sabe onde Lula teve mais votos no primeiro turno das eleições? Nas cadeias e nos presídios do Brasil", afirma a apresentadora na peça. No entanto, a produção não apresenta dados consolidados da votação nos presídios do País.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presos condenados por sentença criminal transitada em julgado, ou seja, quando não cabe mais recurso, têm os direitos políticos suspensos e, portanto, ficam impedidos tanto de votar, quanto de concorrer a cargos eletivos enquanto durarem os efeitos da condenação.

Entretanto, há situações em que pessoas que estão privadas da liberdade podem participar das eleições. A Constituição Federal de 1988 garante direito ao voto a pessoas presas provisoriamente, ou seja, sob custódia da Justiça, assim como para adolescentes com idade superior a 16 anos e menor que 21 anos, submetidos a medida socioeducativa de internação ou a internação provisória.

A campanha de Lula entrou com representação no TSE contra a propaganda. A equipe jurídica do petista argumenta que a peça “manipula descaradamente dados sobre votação nos ambientes prisionais para tentar passar a falsa impressão de que o crime apoiaria Lula”.

 

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