Cade vai investigar Datafolha, Ipec e Ipespe após resultados das pesquisas no 1º turno
Os institutos de pesquisa foram citados após a "discrepância" entre os números dos levantamentos e os resultados finais das urnas
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deve abrir inquérito administrativo contra os institutos de pesquisa. A determinação é do presidente do órgão, Alexandre Cordeiro, para que seja apurado possível infração à ordem econômica, após erros constatados nas pesquisas divulgadas durante o primeiro turno das eleições deste ano.
No despacho divulgado nesta quinta-feira, 13, Cordeiro mencionou a "grande diferença apresentada entre as pesquisas e o resultado das eleições", levantando a possibilidade de os "erros" terem sido "intencionais".
É + que streaming. É arte, cultura e história.
"A discrepância das pesquisas e do resultado é tão grande que verificam-se indícios de que os erros não sejam casuísticos e sim intencionais por meio de uma ação orquestradas dos institutos de pesquisa na forma de cartel para manipular em conjunto o mercado e, em última instância, as eleições", declarou o presidente.
Cordeiro elencou três institutos de pesquisa: Ipec, Datafolha e Ipespe, e alegou que eles atuaram em conjunto, após apontarem resultados "idênticos" quanto à diferença entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL), primeiro e segundo mais bem colocados conforme o levantamento. "Ainda mais estranho é perceber que não só um instituto cometeu o ‘erro’ acima referido, mas diversos institutos, fazendo levantamentos supostamente independentes, erraram coletivamente, apresentando pesquisas completamente dissociadas da realidade e todas apontando para o mesmo sentido. Os erros não foram aleatórios, todos convergiram para a mesma direção", declarou.
"É importante investigar as referidas condutas também sob a ótica do ilícito administrativo contra a ordem econômica 'regular mercados de bens ou serviços, estabelecendo acordos para limitar ou controlar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, a produção de bens ou prestação de serviços, ou para dificultar investimentos destinados à produção de bens ou serviços ou à sua distribuição'", finalizou.