Debates: Wagner, Elmano e RC travaram confrontos sobre o Ceará e sobre si próprios

Debates evidenciaram como estratégias de cada um se mantiveram ou se alteraram com base no cenário de cada momento da disputa

O debate da TV Jangadeiro, na manhã desta quinta-feira, 29, fechou série de encontros em veículos de imprensa entre os três candidatos ao Governo do Ceará mais bem posicionados nas pesquisas. Capitão Wagner (União Brasil), Elmano Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PDT) travaram seis confrontos de ideias sobre o Estado, com muitos momentos em que os embates giraram em torno das personalidades políticas dos três.

Nesse último debate, o enfrentamento mais intenso ocorreu entre o candidato do PT e do União Brasil. Wagner trabalhou o discurso com objetivo de atrelar Elmano à imagem de alguém "fraco".

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Elmano, por sua vez, investiu na linha segundo a qual Wagner é falsamente equilibrado, quando, na realidade, essencialmente radicalizado, enquanto líder de um motim de policiais militares ocorrido entre 2011 e 2012, por exemplo.

Os dois travam briga pela primeira colocação na disputa. Ambos já apareceram nela, a depender do instituto de pesquisa. À medida que os dias de campanha correram, o tom dos três candidatos e os rumos do "roteiro" das discussões se alteraram.

Elmano nacionalizou a discussão tanto para se associar a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato ao terceiro mandato presidencial e com alta popularidade no Ceará, como para "bater" em Wagner ao explorar a relação dele com o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Contra Roberto Cláudio, o candidato do PT e o próprio Wagner convergiram no argumento de que as críticas aos governos de Camilo Santana (PT) e de Izolda Cela (sem partido) soavam falsas, pois vindas de um aliado de longa data recentemente rompido.

A cisão se deu no contexto da escolha dele como candidato do PDT na disputa. O PT defendia Izolda como postulante e, quando a atual governadora foi derrotada para RC no diretório estadual, rompeu a aliança de 16 anos. Elmano, então, emergiu como candidato do PT.

Nos debates, o postulante do PDT apontou falhas na política de segurança pública, com o poder paralelo exercido pelas facções criminosas no controle de territórios; na saúde pública e no uso do Fundo de Combate à Pobreza do Ceará (Fecop).

Apesar de convergentes no resultado prático, as críticas ao pedetista tiveram motivações diferentes. Elmano, no sentido de defender o aliado Camilo e seu governo. Wagner, com intuito de ressaltar que é mais legitimado do que RC para apontar defeitos, pois sempre militou na oposição.

Um trunfo retórico de Wagner foi repetir que a aliança estadual da qual Elmano e Roberto Cláudio foram parte (quando no seu formato original) teve 16 anos para resolver os problemas do Ceará. Foi um meio recorrentemente usado de rebater propostas apresentadas tanto pelo petista como pelo pedetista. Roberto Cláudio não ocupou definitivamente o discurso de opositor. 

Diante da situação política em que se encontra, apostou no discurso de que seria o rosto de um novo ciclo político para o Ceará. Fez críticas a Camilo, mas reconheceu avanços durante os anos do petista.

Nos momentos de confronto com Elmano, o ex-prefeito de Fortaleza afirmou que o petista toma para si feitos dos governos de Cid Gomes (2007-2014) e de Camilo Santana (2015-2022), além de citar com frequência Lula. Roberto Cláudio também deu ênfase ao currículo, no qual consta oito anos como gestor da Capital, para demarcar que tem a experiência no Executivo que seus dois adversários não possuem.

TV Cidade - 29 de agosto

A discussão acalorada entre Capitão Wagner (União Brasil), Roberto Cláudio (PDT) e Elmano Freitas (PT) girou mais fortemente em torno da saúde e segurança públicas. O formato do programa foi uma novidade, com os candidatos tendo de administrar 20 minutos cada. Leia matéria sobre o debate aqui.

TV Otimista - 7 de setembro

Se no primeiro debate entre os candidatos ao Governo do Ceará os temas mais citados foram o apadrinhamento político dos postulantes na cena nacional e a segurança pública, no segundo encontro, na noite de ontem, houve maior diversidade de pontos abordados. Leia matéria sobre o debate aqui.

O POVO - 12 de setembro

O debate do O POVO, na sede da OAB Ceará, ocorreu quando, pela pesquisa Ipespe, contratada por O POVO, Elmano e Roberto Cláudio estavam empatados tecnicamente, com vantagem numérica para o petista: 22% a 21%. Wagner liderava com 35%. O assunto "padrinhos políticos" foi um dos principais, trabalhados sobretudo na forma de perguntas direcionadas a Elmano por RC e Wagner. Em muitos momentos, o então líder Wagner "assistiu" aos confrontos crescentes entre as candidaturas do PT e do PDT. Leia matéria sobre o debate e a coluna do jornalista editor de Política do O POVO, Érico Firmo.

TV Diário - 14 de setembro

Capitão Wagner e RC levantaram acusações de corrupção contra Elmano Freitas (PT). O petista acusou os adversários de combinarem perguntas para o atacar, no que seria uma espécie de dobradinha entre os outros dois candidatos. Leia a matéria sobre o debate aqui.

TV Cidade - 26 de setembro

Sem novidade em relação ao que já havia sido apresentado nos debates anteriores. Os candidatos falaram em implantar programa de passagens gratuitas no transporte público da Região Metropolitana de Fortaleza, expandir a rede de ensino em tempo integral e aprimorar políticas de combate à violência. Leia matéria sobre o debate aqui.

TV Verdes Mares - 27 de setembro

Elmano destacou apoios do ex-governador Camilo Santana (PT) e do ex-presidente Lula (PT), enquanto Wagner buscou se descolar da imagem do presidente Jair Bolsonaro (PL). RC, por sua vez, voltou a criticar o que chamou de "nacionalização do debate". Leia matéria sobre o debate aqui.

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