Troca de acusações e repetição de estratégias marcam novo debate para Governo do Ceará

Candidatos se atacaram mutuamente durante embates sobre segurança pública e apadrinhamento político

A seis dias do primeiro turno das eleições, os candidatos ao Governo do Ceará voltaram a ficar frente a frente em novo debate realizado na noite desta segunda-feira, 26, em Fortaleza. No encontro, promovido pelo Grupo Cidade de Comunicação, Capitão Wagner (UB), Elmano Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PDT) trocaram acusações mútuas. Os embates mais acalorados foram sobre segurança pública e apadrinhamentos políticos.

Além dos embates diretos, os postulantes também explanaram propostas de governo. Não houve, contudo, nenhuma novidade em relação ao que já havia sido apresentado nos debates anteriores. Os candidatos falaram em implantar programa de passagens gratuitas no transporte público da Região Metropolitana de Fortaleza, expandir a rede de ensino em tempo integral e aprimorar políticas de combate à violência.

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Wagner e Elmano mantiveram as mesmas estratégias do último debate, realizado no dia 16 pelo Sistema Verdes Mares. O petista voltou a associar o adversário ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ressaltar os apoios do ex-presidente Lula (PT) e do ex-governador Camilo Santana (PT). Wagner, por sua vez, acusou o oponente de “estimular o radicalismo” e voltou a se autoafirmar como um candidato independente e livre de padrinhos políticos.

Diferente dos adversários, Roberto Cláudio adotou postura menos ofensiva, diminuindo o tom das críticas em relação ao Governo do Estado. O pedetista não citou, em nenhum momento, a denúncia feita por sua campanha apontando suposta cooptação de prefeitos com o uso de verbas públicas em favor do candidato petista. Nos debates anteriores, o assunto foi amplamente explorado por RC durante os confrontos diretos com Elmano.

Ao mesmo tempo em que aplacou as acusações contra o Governo, o candidato do PDT mirou artilharia em direção a Capitão Wagner, associando o rival a motins policiais. O ex-prefeito também chamou de “peça de ficção” a proposta do adversário conhecida como “padrão FBI” e ainda disse que Wagner “não tem autoridade” para falar sobre segurança.

“O capitão foi vereador, deputado estadual e federal, qual é a sua obra para fortalecer a segurança no nosso Estado?”, disse RC. “Na biografia do Capitão estão dois motins de polícia, que causaram medo e queimaram a imagem do turismo cearense fora daqui”, continuou.

No debate anterior, Wagner e RC evitaram embates diretos e lançaram o foco das críticas sobre Elmano. O petista, inclusive, acusou os adversários de combinarem perguntas para atacá-lo em dobradinha.

Embora tenha amenizado as críticas ao Governo, RC intensificou as ofensivas contra Elmano. Ao longo do debate, afirmou que o adversário se apoia em obras e ações dos governos Lula e Camilo por “não ter biografia própria”. O pedetista também fez trocadilho com o slogan de campanha do oponente ao dizer que “sem padrinhos políticos, o [Ceará] três vezes mais forte pode virar três vezes mais fraco”.

Em resposta, o petista chamou RC de arrogante e disse não ter padrinhos políticos, mas “irmãos de luta”. Ele ainda agradeceu o apoio da governadora Izolda Cela (sem partido), anunciado oficialmente nesta segunda-feira, e mencionou falta de apoio de lideranças pedetistas à candidatura de Roberto Cláudio, a exemplo do senador Cid Gomes.

Ao longo do programa, tanto Wagner quanto RC criticaram o que foi chamado de “nacionalização do debate”. O pedetista chegou a dizer que Elmano tenta “surfar” na popularidade de Lula e não dá a devida atenção aos problemas do Ceará. Já Wagner afirmou que “se o governador for fraco, não adianta aliança com presidente”.

Apesar das tensões durante o debate, os três candidatos se cumprimentaram cordialmente ao fim do encontro. Antes do início do programa, Wagner puxou assunto com RC, que emendou conversa rápida com Elmano. Não foi possível saber o teor dos diálogos. Os candidatos compareceram aos estúdios da TV Cidade acompanhados de assessores e aliados.

Na comitiva de Elmano, estavam Camilo Santana e o chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Chagas Vieira. Já RC teve a companhia do prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), e da candidata ao Senado Érika Amorim (PSD). Wagner, por sua vez, foi ao local com o ex-governador Lúcio Alcântara, o senador Eduardo Girão (Podemos) e a candidata a senadora Kamila Cardoso (Avante).

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