Capitão Wagner, Kamila e outros candidatos assinam termo contra descriminalização do aborto

Ação faz parte de uma mobilização nacional

Políticos cearenses estiveram reunidos na manhã desta quarta-feira, 14, para assinar um termo “pró-vida”, que estabelece diretrizes contra ações que defendem a descriminalização do aborto. A mobilização, que ocorre em âmbito nacional, faz parte da campanha “A vida depende do seu voto”, um estímulo para que candidatos que disputam as eleições de 2022 se comprometam com a "defesa da vida desde a concepção”.

O encontro ocorreu por volta das 11 horas, no prédio do Instituto Primeira Infância (Iprede). Participaram do evento nomes como Kamila Cardoso (Avante), candidata ao senado, o vereador de Fortaleza Jorge Pinheiro (PSDB), que disputa vaga na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), Mayra Pinheiro (PL), além de outros candidatos a deputado estadual e federal. Capitão Wagner (UB), que concorre ao Governo Ceará, assinou o termo, mas não compareceu à reunião. Ele cumpria agenda de campanha no momento da solenidade.

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“Nós conclamamos, principalmente no período eleitoral, aqueles candidatos que entendem e que defendem a defesa da vida desde a concepção até o seu declínio natural. Nesse termo de compromisso, o candidato está se comprometendo, se eleito, não vai militar nem apoiar nenhuma pauta que venha a favorecer a descriminalização do aborto no País”, disse Fabiano Farias, coordenador do Movida, um dos movimentos responsáveis pela organização da ação no Ceará. Ele explica que as mobilizações tiveram início em 2010, a nível nacional, e em 2014, no Estado.

Para Kamila Cardoso, além de defender políticas “pró-vida”, é necessário implementar programas e projetos sociais para dar acolhimento as mulheres nessas situações, principalmente aquelas que vivem em situação de vulnerabilidade social.

“Quando a pessoa recebe uma gravidez dessa (indesejada), existe um acolhimento psicológico, financeiro e de capacitação para levar (a gravidez adiante), porque na maioria das vezes são pessoas em situação de vulnerabilidade. Então, quando a gente permite que aquela mulher tenha uma condição de ter aquele filho, que ela tenha um acompanhamento psicológico, porque na maioria das vezes a gente sabe que mulheres que cometem aborto também sofrem psicologicamente depois”, ressalta a candidata.

A advogada afirma que não é favorável ao aborto em nenhuma ocasião, mesmo naquelas em que há excludente de ilicitude, como nos casos de violência sexual, risco de vida a gestante e anencefalia fetal. Entretanto, a política ressalta que respeita a legislação. “Eu entendo que a gente deve priorizar e saber que existe uma lei que permite esse tipo de aborto, mas a Kamila ‘pessoa’ seria contra tudo. Realmente existem situações que existe a violência, mas é uma violência muito maior contra aquela mulher e contra aquela criança fazer um aborto”, acrescenta.

O pensamento da candidata do Avante é acompanhado por Mayra Pinheiro (PL), que concorre a uma vaga na Câmara dos Deputados. “A gente não questiona a lei”, diz ela, que foi titular da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“O que a gente quer no Brasil é que o aborto não vire uma opção. A gente tem um governo que coloca hoje, a serviço das mulheres, um manual, uma política pública, unidade de saúde, recursos públicos para acolher aquelas que não estão nessas situações e dar condição delas não se transformarem em assassinas dos seus próprios filhos”, diz Mayra.

Fabiano ressalta que, mesmo nos casos em que há o excludente de ilicitude, o Movida defende que há "uma escolha" para não realizar a interrupção da gravidez. "Nós temos, inclusive, muitas casas de acolhimento, temos outros recursos que não levem essa mãe a abortar. (...) Cada candidato vai seguir o curso da lei vigente no País. Se ela abre esse precedente, então o candidato pode ou não segui-lo", afirma.

Presente no evento, o vereador Jorge Pinheiro disse que há 15 anos “milita” no movimento “pró-vida” e contra a descriminalização do aborto. “A gente sempre busca salvar as duas vidas, porque o aborto não somente tira a vida do bebê, mas ele afeta a vida da mãe. Então, diante disso, a gente vem fazendo esse trabalho”, acrescentou.

"Marcha pela Vida" em Fortaleza

Após dois anos sendo realizado de forma virtual, por conta da pandemia da Covid-19, a “Marcha pela vida - contra o aborto” voltará a Fortaleza de maneira presencial. O encontro está previsto para acontecer a partir das 16 horas do dia 8 de outubro, no Aterro da Praia de Iracema.

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