TSE nega pedido de Bolsonaro para barrar propaganda de Lula sobre imóveis
Petista replica matéria do UOL mostrando que ao menos 51 imóveis pelo presidente e familiares foram negociados com dinheiro em espécie
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou o pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, para barrar uma propaganda veiculada pela campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista divulgou uma matéria do UOL mostrando que cerca da metade dos bens do político e seus familiares foi adquirido nos últimos 30 anos com uso de dinheiro em espécie.
"A investigação da imprensa revelou outro escândalo: 51 desses imóveis foram pagos em dinheiro vivo, no valor atualizado de R$ 25 milhões. De onde vem tanto dinheiro vivo da família Bolsonaro? É um escândalo tamanho família", diz trecho do material. O vídeo de 30 segundos já circula pelas redes sociais desde o último fim de semana.
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AssineNo processo, a defesa do chefe do Executivo argumenta que as inserções "transmitem ao público fatos inverídicos e gravemente descontextualizados". “Produzida mediante mecanismos sofisticados de indução de pensamentos negativos sobre candidato adversário, degrada a boa imagem do representado, ambicionando imputar, no seio do eleitorado, de forma absolutamente descontextualizada e e vil, a (falsa) sensação de que ele e seus filhos são agentes políticos desonestos”, diz trecho da ação publicada pelo UOL.
A argumentação, no entanto, foi rejeitada pelo ministro do TSE Paulo de Tarso Vieira Sanseverino. “Em análise superficial, típica dos provimentos cautelares, observa-se que a publicidade questionada se baseia, conforme reconhece a própria representante, em matéria jornalística divulgada na imprensa pelo portal UOL, na data de 30.8.2022, de modo que a veiculação impugnada não transmite, como alegado, informação gravemente descontextualizada ou suportada por fatos sabidamente inverídicos”, afirma o magistrado na decisão.
Lula e Bolsonaro são os líderes das pesquisas de intenção de voto para presidente nas eleições de 2022. Conforme o Agregador de Pesquisas do O POVO, ferramenta que reúne os levantamentos eleitorais, o petista lidera a corrida presidencial com 45%, dez pontos percentuais a mais que seu adversário, que tem 35%.