Izolda rebate Roberto Cláudio: "Declarações absurdas, covardes e irresponsáveis"

Governadora foi às redes sociais nesta quarta-feira criticar falas do ex-aliado em relação a convênios firmados entre o Governo e prefeituras

A governadora Izolda Cela (sem partido) rebateu, nesta quarta, 7, críticas do candidato do PDT ao Governo do Ceará, ex-prefeito Roberto Cláudio, em relação aos convênios firmados entre o Estado e prefeituras do Interior. Segundo ela, as declarações são "absurdas, covardes e irresponsáveis".

RC acusa a gestão da ex-aliada de pressionar prefeitos a apoiarem o candidato do PT ao Governo, Elmano de Freitas, sob risco de não receberem recursos. Durante debate da TV Otimista, o pedetista destacou decisão de corregedor do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) que bloqueou a execução de novos convênios. Chegou a dizer ainda que a imprensa do sul está chamando o caso de "mensalão cearense".

Na avaliação de Izolda, Roberto Cláudio está desvirtuando os fatos. "Tenho visto, com surpresa, declarações absurdas do ex-prefeito Roberto Cláudio sobre o procedimento ético do nosso Governo. Cabe-me o dever de afirmar que não são verdadeiras. E são também covardes e irresponsáveis, na medida em que desvirtuam os fatos e expõem a imagem do nosso Estado e de quem trabalha sério para seu desenvolvimento. Lamento muito tudo isso!", disse em postagem nas redes sociais.

Logo após a fala de Izolda, o ex-prefeito de Fortaleza foi às redes sociais se defender. Ele afirmou que Izolda não precisa dar-lhe justificativas e nem atacá-lo, mas deve se defender perante a Justiça. "A governadora não tem que se justificar para mim, tampouco me atacar. Ela, juntamente com os seus candidatos, Elmano e Camilo, têm que se defender mesmo é perante a Justiça e se explicar, de fato, ao povo do Ceará". 

Essa é a primeira fala mais dura de Izolda contra RC, desde que ele a derrotou em disputa interna do PDT para decidir quem seria o candidato do partido ao Palácio da Abolição. Izolda lamentou o resultado, disse que a sigla lhe tirou o direito de disputar a reeleição e, poucos dias depois, se desfiliou da legenda.

Na última quarta-feira, a governadora já havia emitindo nota negando irregularidades nos convênios, logo após decisão do corregedor Raimundo Nonato Silva Santos. De acordo com Izolda, a ação não atrapalha convênios anteriores ao período eleitoral ou de obras já em andamento.

"A decisão do corregedor do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) não prevê suspensão de obras do Estado nos municípios, nem de repasse total de recursos do Estado aos municípios, como vem sendo divulgado por parte da imprensa. Mas sim a não execução de novos convênios durante o período eleitoral”, diz a nota.

Segundo a decisão, publicada na coluna do jornalista Carlos Mazza, a proibição vale até a data do 2º turno da eleição deste ano. Na prática, a medida apenas reforça o que é determinado na Lei das Eleições, que proíbe as chamadas “transferências voluntárias” – aqueles repasses que não seguem determinação legal ou constitucional, como repasses de cotas do ICMS – nos três meses que antecedem o pleito.

A determinação ocorreu em decisão provocada por ação movida pela coligação "Do povo, pelo povo e para o povo", encabeçada por Roberto Cláudio na disputa pelo Governo do Ceará, contra integrantes da chapa de Elmano Freitas e Camilo Santana (PT) na disputa.

Na ação, a chapa do PDT-PSD denuncia “recorrente abuso de poder político e econômico” por parte de integrantes da chapa adversária. Neste sentido, eles apresentam uma série de denúncias de “benesses” que estariam sendo ofertadas a prefeitos que apoiam Elmano – incluindo “serviços, programas e obras, contratados e executados diretamente pelo Estado”.

A decisão não chega a julgar o mérito das acusações em si, determinando apenas, neste sentido, a notificação dos acusados no prazo de dois dias para manifestações no processo. A decisão já determina, no entanto, a proibição imediata, a pedido da coligação de RC, de "transferência de qualquer recurso" entre Estado e municípios.

Na denúncia inicial, a chapa do PDT-PSD aponta, por exemplo, a realização de 150 convênios entre Estado e municípios em 2021, com volume de repasses em R$ 40 milhões. "Ao passo em que, no ano eleitoral de 2022, levantou-se que o Estado do Ceará, em apenas seis meses, celebrou mais de 400 convênios, com volume superando a marca de R$ 90 milhões”, afirma a peça. Apenas em junho, destaca o texto, teriam sido R$ 80 milhões em repasses.

Denúncias neste sentido vêm sendo repetidas por diversos integrantes e aliados da chapa de RC, incluindo vários vereadores de Fortaleza. Em entrevista recente ao Jogo Político, o próprio ex-governador Camilo Santana negou as acusações. "Eu não faço política desse jeito. Para mim isso não é política, é brincar com a população”, disse.

A chapa de RC pede não só a suspensão dos repasses, como a proibição de celebração de aditivos e assinatura de novos convênios até a posse dos eleitos na eleição deste ano. Além disso, pede ainda uma série de medidas mais graves, como busca e apreensão em vários órgãos do Governo do Estado e até a cassação dos diplomas de Elmano, Camilo e a candidata a vice da chapa, Jade Romero.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Izolda Roberto Cláudio convênios Ceará eleições

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar