Wagner diz que ex-agente do FBI será intermediador de parceria com polícia americana

Candidato afirma que atribuirá a George Piro, que atuou na polícia dos Estados Unidos por 23 anos, a tarefa de viabilizar acordos de cooperação

O candidato ao Governo do Ceará, Capitão Wagner (UB), voltou a comentar nesta quarta-feira, 31, a proposta de implementar o “padrão FBI” na Segurança Pública do Estado, caso seja eleito. Em entrevista coletiva concedida na sede da TV Ceará, onde participou de sabatina, ele explicou que o ex-agente da polícia americana, George Piro, atuará como intermediador entre os governos do Ceará e dos Estados Unidos.

“Você tem um consultor que foi por 23 anos policial do FBI, o quinto policial mais condecorado da história da polícia americana… logicamente que ele vai facilitar o estabelecimento dessa parceria. A confiança que ele tem do governo americano, do próprio FBI, vai viabilizar a troca de informações”, disse.

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O candidato argumentou que a proposta envolve a formalização de uma parceria entre a Secretaria da Segurança Pública do Estado, a Polícia Federal e o FBI (órgão equivalente à Polícia Federal no país americano). Segundo ele, o foco da cooperação será o combate a grupos criminosos.

“Existem parcerias entre polícias do mundo todo, troca de informações que são perfeitamente legais. A nossa ideia é ter uma proximidade com o FBI, que tem um monitoramento e conhece as principais facções que atuam na América Latina”, afirmou.

Wagner diz ainda que, para convencer o Governo Federal a acolher a proposta, precisará ter boa relação política com o presidente eleito no pleito de outubro. "Porque eu digo que seja quem for o presidente, eu vou dialogar? Porque eu vou precisar fazer essa parceria por meio da Polícia Federal”, salientou ele.

De acordo com o candidato, o modelo de segurança “padrão FBI” tem como eixos principais a prevenção e o investimento em inteligência. “A polícia mais eficiente não é a que mais prende é a que mais evita o acontecimento do crime. É isso que queremos alcançar”, destacou.

“Padrão FBI” vira embate na Justiça

No último dia 28, a coligação "Ceará Cada Vez Mais Forte", do candidato a governador Elmano Freitas (PT), ingressou com uma representação na Justiça Eleitoral solicitando que o candidato Capitão Wagner (UB) retire do ar a propaganda em que ele promete implantar o "padrão FBI" na segurança pública do Ceará. Na ação, os advogados do petista acusam a campanha adversária de divulgar "desinformação e fake news".

A propaganda em questão tem sido veiculada desde o dia 26, na estreia do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV e também está disponível nas redes sociais do candidato.

Na peça, Wagner apresenta propostas para a área da segurança. "Fui aos Estados Unidos para conhecer a metodologia do FBI [órgão equivalente à Polícia Federal] e vou trazer para o Ceará o padrão FBI de investigação, com os melhores armamentos e treinamento de ponta".

Ainda na propaganda, Wagner diz que para implantar a metodologia contará com a ajuda do ex-agente da FBI, George Piro, que também aparece na gravação dando testemunho a favor do candidato. "Se você escolher Wagner como seu governador, em 1º de janeiro de 2023 eu estarei lá para mudar o Ceará", afirmou Piro.

Na ação protocolada no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), a coligação de Elmano argumenta que George Piro não possui mais qualquer vínculo com o FBI, instituição onde atuou até julho deste ano. Os advogados alegam que o ex-agente federal atualmente é dono de uma empresa de consultoria na área de segurança, sediada em Miami, na Flórida.

"A promessa de contratação de George Piro no eventual futuro mandato do Capitão Wagner ocasionaria a prestação dos seus serviços de consultoria na área da segurança pública, e não a ideia de implantar as técnicas próprias do FBI no Ceará", afirma trecho da ação, à qual O POVO teve acesso.

A coligação ainda acusa Wagner de tentar se beneficiar indevidamente da "notoriedade e competência" do órgão de segurança americano, "induzindo o eleitorado ao erro e propagando fatos inverídicos". A ação é assinada por oito advogados. O TRE-CE ainda não julgou a petição.

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