‘Dona de Mim’ emociona público com cena de operação policial

16 dias após a chacina nos complexos da Penha e do Alemão, novela "Dona de Mim" retrata angústia e sofrimento de abordagem policial em morro

15:15 | Nov. 14, 2025

Por: Raquel Aquino
Ryan (L7nnon) deseja sair da cena do crime para viver de música, mas é obrigado pelo movimento a lutar armado contra a PM. (foto: TV Globo/Reprodução)

Mostrando mais uma vez seu potencial para merchan social nas novelas, a autora Rosane Svartman trouxe uma cena de operação policial na novela “Dona de Mim”, em capítulo exibido na quinta-feira, 13. Com casos de violência e tiroteio, a trama emocionou ao relembrar o massacre da megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, que aconteceram no Rio de Janeiro em 28 de outubro.

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No capítulo exibido, encaramos dilemas de diferentes perspectivas: a do policial ético Marlon (Humberto Morais), pressionado pelos “companheiros de farda”, mas com medo de ferir seus amigos do morro da Barreira; e a de Ryan (L7nnon), que deseja sair do crime para viver de música, mas é obrigado pelo “movimento” a lutar armado contra a PM.

Além deles, assistimos à aflição de moradores comuns da comunidade. Com medo dos tiroteios e da violência policial, eles se escondem em suas casas e torcem para não serem feridos. É nesse contexto, tentando proteger a mãe em casa, que o jovem trabalhador Jeff (Faiska Alve's) será atingido por uma bala e causará revolta nos seus amigos.

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A arte imita a vida

“Dona de Mim” nos mostra que, durante uma operação, todos os moradores (criminosos ou não) são vítimas em potencial e têm suas rotinas afetadas, casas destruídas por tiros. E, mesmo com todo confronto, a organização criminosa não acaba.

A situação parece familiar ao Brasil todo, que assistiu ao vivo a megaoperação contra o Comando Vermelho, realizada nos complexos da Penha e do Alemão (Rio de Janeiro), numa terça-feira, 28 de outubro. Ao todo, foram 2,5 mil agentes de segurança em busca de cumprir mandados de busca, apreensão e prisão numa área de 9 milhões de metros quadrados.

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O caso findou com 117 pessoas mortas, sendo o mais letal já registrado no Brasil. A operação matou criminosos, moradores comuns e policiais envolvidos, sendo considerado um massacre pior que o de Carandiru.