Vacina baseada em DNA e que dispensa agulha é aprovada contra Covid na Índia
O imunizante apresentou eficácia de 67%, mas são necessárias três doses da vacina
09:34 | Set. 04, 2021
O governo da Índia aprovou o uso emergencial da primeira vacina contra a Covid-19 baseada em DNA. A "ZyCoV-D" poderá ser aplicada na população adulta e em adolescentes de 12 a 18 anos. Outro diferencial do imunizante é que não é necessário o uso de agulha para aplicar no corpo.
De acordo com a revista Nature, a vacina tem eficácia de 67% contra infecções sintomáticas, mas pesquisadores estão criticando a falta de transparência no processo de aprovação, pois os resultados da fase final dos ensaios ainda não foram publicados.
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O que se sabe sobre os estudos é que mais de 28 mil pessoas participaram. Entre os vacinados, apenas 21 pessoas tiveram casos sintomáticos de Covid-19. Já entre os que receberam placebo, houveram 60 casos. A vacina foi desenvolvida pela empresa farmacêutica indiana Zydus Cadila, localizada em Ahmedabad. A Nature afirma ainda que há doze vacinas contra a Covid-19, a base de DNA, sendo produzidas em todo o mundo.
"Este é um passo realmente importante na luta para derrotar a Covid-19 globalmente, porque demonstra que temos outra classe de vacinas que podemos usar", declarou Peter Richmond, imunologista da Universidade de Perth, em entrevista à Nature.
Como funciona a ZyCoV-D
É comum o uso de vacinas de DNA nos animais, mas em humanos ainda não havia tido consenso sobre a eficácia, até agora. A ZyCoV-D usa plasmídeos, que são pequenos anéis de DNA, com informações genéticas. Esses plasmídeos possuem informações para que as células humanas construam a proteína S (spike) do coronavírus. A partir desta estrutura, o vírus invade as células saudáveis.
Com a produção da proteína S, o sistema imunológico produz anticorpos contra o potencial invasor e aprende a lutar contra o coronavírus. O processo é semelhante ao das vacinas Pfizer/BioNTech e Moderna. A diferença é que ambas adotam o RNA mensageiro.
A aplicação dispensa o uso de agulha, dando lugar a um dispositivo que faz pressão contra a pele. Segundo a Nature, esse método é menos doloroso do que a injeção. Para atingir a eficácia anunciada são necessárias três doses do imunizante.