68% dos hospitais com UTI estão lotados ou com ocupação superior a 90%

No Cariri, mesmo após ampliação com uma unidade de campanha, os números de ocupação seguem altos. O principal hospital da região está com todos os leitos ocupados, tanto de UTI como de enfermaria

20:40 | Mai. 18, 2021

Número de ocupação de UTIs é importante indicador para decisão de flexibilizar ou não medidas mais rígidas para o distanciamento social. (foto: JÚLIO CAESAR)

Total de 14 dos 38 hospitais cearenses que possuem leitos de UTI Adulto para Covid-19 estão com lotação máxima, conforme dados do IntegraSUS, plataforma da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), consolidados às 18h06min desta terça-feira, 18. Outras 12 unidades estão com taxa de ocupação acima de 90%. Levando em conta a rede de saúde pública e privada, o número de UTIs ativas disponíveis para novos pacientes é de cerca de 10% do total. (Veja lista no fim da matéria).

Uma das situações mais graves é a do Hospital Regional do Cariri (HRC). De acordo com dados desta noite, a unidade, considerada referência para atendimento da doença na região, está com todos os leitos ocupados, tanto de UTI como de enfermaria. Os números seguem altos mesmo após a construção de uma nova unidade de campanha para tratar casos de Covid-19, com instalação de mais 19 leitos de enfermaria e 19 de UTI, no fim de abril.

Em Fortaleza, o Hospital Leonardo da Vinci (HLV), a unidade com maior número de leitos para tratamento da doença no Estado, registra ocupação de 96,5% das UTIs. Em relação às enfermarias, a taxa é um pouco menor, com marca de 92,5%. Na Capital, há cinco unidades que apresentam lotação máxima nas UTIs, entre elas o Hospital São José, que também está com todos os leitos de enfermaria ocupados.

Na última sexta-feira, 14, quando foi anunciado nova flexibilização do decreto estadual para combate à pandemia, o secretário da saúde do Ceará, Dr. Cabeto, defendeu que a persistência da alta ocupação de leitos é decorrência do aumento do tempo de internação. Esse indicador aumentou mais de 100% em relação à primeira onda da pandemia, quando as pessoas ficavam internadas em média cinco dias para tratar a doença. Agora, esse intervalo é de 12,23 dias.