Após conversa com Lira, Fiesp adia manifesto em defesa da harmonia entre os Poderes

Decisão foi oficializada após o diálogo entre o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, durante o fim de semana. Publicação preocupa o Planalto.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) adiou nesta segunda-feira, 30, a divulgação de um manifesto em defesa da democracia. O texto, que já conta com a adesão de mais de 200 representantes dos setores financeiro e empresarial, estava previsto para ser divulgado no início desta semana. O texto, que ainda não tem uma versão final definida, prega a defesa da democracia através da harmonia entre os três Poderes.

Até o momento, não há nova data de publicação. O documento teria sido tema de conversa entre o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, durante o fim de semana. Inicialmente, os interessados em assinar o texto deveriam se manifestar até as 17 horas de sexta-feira, 27. O prazo, porém, foi estendido para aumentar o número de apoiadores.

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A nota, que pede pacificação política e estabilidade institucional, contava com o apoio da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Porém, a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, controlados pela União, ameaçaram sair da entidade caso ela fosse publicada, pela avaliação de que marcava um posicionamento político contra o governo Jair Bolsonaro.

Nesta segunda, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a Febraban sugeriu  transformar o que seria um texto de defesa da democracia em um ataque ao governo. Em nota, a instituição negou Guedes e afirmou que o manifesto submetido pela Fiesp pedia colaboração entre os Poderes da República e alertava para os efeitos do clima institucional sobre as expectativas e a atividade.

A preocupação do Planalto é que o manifesto interfira no êxito da manifestação do 7 de setembro, organizada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A previsão é que mais dezenas de entidades, associações e sindicatos de todo o Brasil façam parte da mobilização. O documento está sendo redigido por membros da Fiesp e não deve citar nominalmente nenhum agente político ou instituição.

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Nesta segunda, outras associações divulgaram documentos semelhantes. A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) publicou um texto intitulado “Carta Aberta ao Brasil”, onde menciona a necessidade de harmonia entre os membros da República e o respeito às instituições.

Representantes sindicais, incluindo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical e União Geral dos Trabalhadores (UGT), entre outros, divulgaram o manifesto “Resgatar o Brasil para os brasileiros”, com críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os reflexos do constante embate entre os três Poderes ao mercado de trabalho.

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