Ministério Público pede inquérito policial sobre uso irregular de camarote no São Paulo

Ministério Público pede inquérito policial sobre uso irregular de camarote no São Paulo

Promotoria aponta possíveis crimes de corrupção privada do esporte e coação após divulgação de áudios envolvendo dirigentes do clube

O Ministério Público de São Paulo solicitou nesta quinta-feira (18/12) a abertura de um inquérito policial para apurar o caso de exploração clandestina de um camarote do Morumbis durante a realização de shows. A medida ocorre após a divulgação de áudios em que os diretores Douglas Schwartzmann e Mara Casares admitem participação em um esquema irregular envolvendo o espaço do estádio.

O que diz o promotor

Responsável pelo pedido encaminhado à Polícia, o promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro detalhou os possíveis enquadramentos criminais identificados a partir do conteúdo das gravações.

“O primeiro crime é corrupção privada do esporte, que é um crime previsto na nova Lei Geral do Esporte, em vigor desde 2023. Esse crime, na verdade, pressupõe a manipulação de interesses privados em detrimento do patrimônio do clube, das agremiações”, explicou.

Além disso, o promotor destacou a possibilidade de um segundo delito, considerado igualmente grave, relacionado à tentativa de interferência em ação judicial.

“E um segundo crime, que também é muito grave, é o de coação no curso do processo. Porque você ligar para uma pessoa e intimidar para que ela retire um processo sob pena de que as coisas ganhem repercussões, como sugerem as gravações, é um indicativo de crime”, completou.

No pedido formalizado pelo Ministério Público, a orientação é para que sejam ouvidos os três personagens centrais do áudio, Douglas Schwartzmann, Mara Casares e Rita de Cassia Adriana Prado, além de todas as pessoas mencionadas nas conversas. Entre elas está Márcio Carlomagno, superintendente geral do São Paulo.

“Todo o dinheiro de uma agremiação arrecadado, seja em praça esportiva em razão do futebol ou de outra atividade esportiva, tem que reverter para o clube. E não para favorecimento de interesse privado de quem deveria gerir o clube. A Polícia vai tomar os próximos passos”, afirmou o promotor.

São Paulo faz investigação interna

Paralelamente à investigação criminal, o caso segue em apuração dentro do próprio São Paulo. Após a revelação dos áudios, o clube instaurou duas sindicâncias, uma conduzida internamente e outra de caráter externo, para esclarecer os fatos.

Assim, o Conselho Deliberativo também encaminhou o episódio à Comissão de Ética do clube. Este, por sua vez, já recebeu pedidos formais para aplicação de punições aos dirigentes envolvidos. No mesmo dia em que o caso veio a público, Douglas Schwartzmann e Mara Casares solicitaram licença de seus cargos. Contudo, ainda seguem vinculados ao clube na condição de associados.

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