Raniele desabafa com Corinthians em mais uma final: ”Continuem duvidando”
Volante relembra trajetória pessoal, exalta força da camisa alvinegra e pede que críticas continuem servindo como combustível para o time
Em entrevista concedida na véspera da final da Copa do Brasil, o volante Raniele destacou o histórico de desconfiança em torno do Corinthians ao longo da temporada. O jogador usou isso como exemplo a força construída internamente pelo elenco, que vai buscar a vantagem no jogo de ida da decisão.
“Vi uma frase essa semana que dizia: ‘o cemitério do futebol está cheio de favoritos’. Ano passado, a gente tinha acho que 0,004% de chances de disputar a Copa do Brasil. Era um campeonato que talvez a gente nem iria disputar e hoje está na final. No Paulista, todo mundo dava que não iríamos passar e fomos campeões. Quando veio o Palmeiras, todo mundo duvidava”, relembrou Raniele, antes de completar:
“Continuem duvidando e continuaremos fazendo história. Nosso trabalho é entrar dentro de campo e provar que o Corinthians é grande e que a camisa pesa”.
Contratado pelo Corinthians no ano passado após passagem pelo Cuiabá, Raniele consolidou-se como uma peça importante do elenco. Assim, busca o segundo título com a camisa alvinegra. Aliás, para ele, a caminhada no clube dialoga diretamente com sua própria história no futebol.
“Tenho muito orgulho da minha trajetória. Acho que a maior lição que podemos tirar é que, quando a gente cai, a nossa força está no levantar. Há três anos, eu estava sendo rebaixado da Série A para a Série B. Naquele momento, dificilmente passaria pela minha cabeça que estaria no Corinthians. Mas quando cheguei aqui, dificilmente passou pela minha cabeça que eu poderia jogar 100 jogos. Quando eu cheguei ao 100º, dificilmente passaria pela minha cabeça que eu poderia ganhar um título nacional. Fico orgulhoso da minha carreira, da minha trajetória e de tudo o que passei”, afirmou.
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Provocações e discurso no futebol
“Hoje tem muita gente que tem opinião, a internet deu voz, muita gente capacitada, mas também gente que interpreta de maneira errada e leva para o outro lado. Faz falta essa resenha, mas também sentimos falta de nos expressar. O futebol está condicionado muito a resultado. Eu falo para os assessores, não me leva para a coletiva para mentir, eu só vou para falar a verdade. Se eu apareço indo para o jogo tocando pandeiro, vão falar que estou desconcentrado. Mas se ganha, vão falar que é futebol raiz. A gente precisa ter mais personalidade, fazer o que precisa fazer, o que quer fazer, independente do que vai dar. Mas as pessoas que dão engajamento têm que ter um pouco mais de sabedoria. A gente precisa dessa resenha, dessa responsabilidade”.
Preparação física e mental
“Mentalmente, terminamos felizes. Estamos animados, não tem outra maneira de ir para o jogo. Fisicamente, é um intervalo muito curto entre os jogos. É bom jogarmos tão rápido, mas é um pecado jogos tão decisivos, que podem decidir o futuro do clube, serem em um intervalo tão curto assim. A gente fica lisonjeado de estar na final da Copa do Brasil. Por ser uma final, a parte física fica para depois. Vamos ter que arrumar força até de onde não temos para fazer o máximo nesse jogo”.
Avaliação da temporada
“Sem dúvidas, foi um ano positivo. Conquistamos um título, termino com mais de 50 partidas novamente e, apesar das lesões, consegui marcar gols e dar assistências. Coletivamente, levantamos um troféu. Mas no Brasileirão, fomos muito abaixo do que almejávamos. Mas, se me apresentassem um contrato para assinar em janeiro dizendo que seríamos campeões do Paulistão e chegaríamos à final da Copa do Brasil, acredito que 98% das pessoas assinariam. É um ano positivo”.
Decisão fora de casa
“Em relação à decisão fora, precisamos ter a cabeça no lugar e saber que são duas partidas. Mas temos que aproveitar a força da nossa torcida no primeiro jogo. Já provamos que conseguimos decidir fora de casa nessa mesma competição. Temos que ter ciência de que é capaz”.
Questões táticas
“O futebol se ganha de todo jeito. Às vezes, tem gente com 90% de posse e perde. Tem gente que joga só na ligação direta e perde. O futebol é sobre quem é mais eficaz. O Vasco é diferente do Cruzeiro, tem jogadores, treinador e ideias diferentes. Independentemente da formação ou dos nomes, o Dorival terá as melhores ideias para jogar contra o Vasco. Minha função é primeiro defensivamente, é a minha característica. Com a bola, espero ajudar o máximo possível para que a gente possa marcar gols e ganhar o primeiro jogo”.