PSG gera milhões de euros à capital francesa através de iniciativas sociais
Paris Saint-Germain apresenta gradativo aumento dos seus lucros nos últimos anos. Clube também decide se envolver com o trabalho social
O PSG, multicampeão na última temporada, teve um impactante aumento de se suas receitas nos últimos anos. Principalmente a partir de 2011, quando Al-Khelaifi, presidente do clube e líder do Qatar Sports Investments (QSI), passou a ficar responsável pela administração. O clube começou a se sobressair também na contribuição a iniciativas sociais. Com isso, passou a influenciar também no contexto econômico e possibilitar lucro a Paris.
Por volta de 2023, o clube inaugurou o ‘Campus PSG’ e, consequentemente, contratou centenas de novos funcionários, abrigando uma unidade da Escola Vermelha e Azul (École Rouge & Bleu), projeto que atendeu crianças de 7 a 11 anos. O outro foi o ‘PSG for Communities’, com programas voltados para crianças com autismo e desenvolvimento do futebol feminino em comunidades carentes da região. Estima-se que mais de 20 mil jovens tenham sido beneficiados com essas ações.
Ações sociais que tem o PSG como parceiro
Henrick Oprea, diretor da Escola Suíça de Brasília (SIS Brasília), que pertence ao grupo SIS Swiss International School – uma das maiores instituições de ensino bilíngue do país, relata a importância do esporte para o desenvolvimento infantil. “A atividade física é uma grande incentivadora da evolução do aluno em diferentes aspectos, com impacto direto na saúde e qualidade de vida do estudante, assim como no desenvolvimento cognitivo e social, além de trazer lições valiosas para a vida”, diz.
O uso do esporte como vetor de transformação social tem sido cada vez mais adotado em outros países — inclusive no Brasil, onde projetos financiados por meio da Lei de Incentivo ao Esporte vêm ganhando protagonismo. É o caso do Circuito de Stand Up Paddle, realizado pela Criape em parceria com a Associação Encaminhando, que oferece aulas gratuitas da modalidade com foco em inclusão social. A iniciativa já impactou dezenas de moradores por meio do esporte e da ocupação consciente dos espaços públicos.
Outro exemplo é o projeto “Na Atividade”, também idealizado pela Criape e Associação Encaminhando, voltado à prática de ginástica em comunidades fluminenses. A ação já beneficiou mais de 600 moradores e gerou dezenas de empregos e eventos sociais: “O esporte é um motor de transformação. Desejamos que estas oficinas ultrapassem a esfera do lazer, tornando-se locais de desenvolvimento individual e coletivo”, destaca Cleverson Dutra, diretor de projetos da associação.
Evolução financeira desde a nova era do clube
A partir do início da atual gestão em 2011, um levantamento indica que nesses últimos 14 anos (2011-2025), o PSG gerou 243 milhões de euros para a economia de Paris, impulsionada principalmente pelos jogos no Parque dos Príncipes, geração de novos empregos e o turismo.
Além disso, a arrecadação cresceu 17,4% ao ano em média, saindo de 95 milhões de euros na temporada 2010/2011 para os atuais 806 milhões de euros. Os dados são do Centro de Direito e Economia do Esporte (CDES), publicados ao final de 2024.
O fato de fazer uma exposição e publicidade estratosféricas em torno do clube e suas propriedades, atrelado ao matchday e expansão dos serviços nos jogos do PSG, proporcionaram não apenas o aumento de público local, mas de turistas. Na última temporada, dados mostram que 29% dos torcedores presentes no Parque dos Príncipes vinham de fora da capital, sendo que 14% de outros países. Isso influenciou, por exemplo, os setores de hotelaria, comércio e transportes.
“Os projetos sociais transcendem a transformação humana, atuando como verdadeiros motores da economia, gerando empregos e fortalecendo comunidades. O exemplo de um clube como o PSG, ao integrar o impacto social à sua estratégia, demonstra que investir em comunidades é também um investimento que gera alto desempenho econômico. No Brasil, possuímos um vasto potencial para seguir essa trajetória através das leis de incentivo, estabelecendo uma conexão sinérgica entre empresas, governos e a sociedade civil, o que resulta em um ciclo virtuoso de desenvolvimento”, frisa Vanessa Pires, CEO da Brada, empresa especializada em conectar investidores a práticas de impacto social.