Conselho do Corinthians aprova orçamento de 2026 com previsão de superávit
Gestão Osmar Stabile obtém ampla maioria em votação e projeta redução significativa da folha salarial para equilibrar as contas do clube
O Conselho Deliberativo do Corinthians aprovou, na noite desta segunda-feira (15/12), o orçamento do clube para a temporada de 2026. A proposta apresentada pela administração do presidente Osmar Stabile recebeu 129 votos favoráveis entre os 139 conselheiros presentes, resultado que consolida o apoio político à atual gestão.
A validação do orçamento é considerada um avanço interno para o comando alvinegro, que tem buscado, nos bastidores, aproximar correntes historicamente divergentes e formar uma base mais coesa dentro do clube. O planejamento financeiro prevê um cenário de austeridade, com redução de despesas, enxugamento da folha salarial e diminuição do impacto dos juros sobre uma dívida estimada em cerca de R$ 2,7 bilhões.
De acordo com a projeção apresentada, o Corinthians espera encerrar 2026 com superávit de R$ 12 milhões. O resultado operacional, conhecido como EBITDA, está estimado em R$ 320 milhões, número considerado fundamental para sustentar o plano de recuperação financeira.
Um dos pilares da estratégia passa pelo controle de gastos com pessoal. A previsão é fechar 2025 com despesas de aproximadamente R$ 505 milhões nessa rubrica. Além disso, o clube busca reduzir o montante para R$ 410 milhões no ano seguinte, queda de 19%. No futebol profissional, especificamente, o orçamento aponta diminuição de R$ 435 milhões para R$ 354 milhões.
Na prática, a folha salarial do departamento de futebol deverá encolher cerca de R$ 6,2 milhões por mês ao longo de 2026. Mesmo com os ajustes, o clube ainda estima desembolsar R$ 219 milhões apenas com despesas financeiras no próximo ano, reflexo do elevado endividamento.
Corinthians planeja a venda de alguns atletas
Para viabilizar as metas traçadas, o Corinthians também conta com a venda de atletas. Aliás, o orçamento prevê arrecadação de R$ 151 milhões com negociações de direitos federativos e recursos provenientes do mecanismo de solidariedade da Fifa.
Contudo, as receitas recorrentes seguem lideradas pelos direitos de transmissão. Aliás, a expectativa é faturar R$ 335 milhões com TV em 2026. Já a área de patrocínios aparece como destaque no planejamento, com previsão de R$ 255 milhões em arrecadação, crescimento de 47% em relação a 2025.
Sem considerar a comercialização de jogadores, a receita líquida projetada para 2026 é de R$ 806 milhões. Valor R$ 94 milhões superior ao estimado para o encerramento da temporada atual.
Diferentemente de exercícios anteriores, o clube optou por não detalhar no orçamento a colocação esperada em cada competição disputada, fator que normalmente influencia diretamente a previsão de receitas com premiações e cotas variáveis de televisão.