Abel aponta falta de consistência para explicar ano sem títulos no Palmeiras
Treinador faz balanço de 2025, admite erros em momentos cruciais e vê espinha dorsal mantida para a próxima temporada
De contrato renovado até dezembro de 2027, Abel Ferreira aproveitou o encerramento da temporada para fazer uma análise sobre o desempenho do Palmeiras em 2025. Pela primeira vez desde sua chegada ao clube, em 2020, o time terminou um ano sem erguer troféus. Para o português, o motivo principal esteve na irregularidade demonstrada em momentos decisivos.
Em entrevista divulgada pela TV Palmeiras nesta quarta-feira, Abel admitiu que o elenco oscilou mais do que deveria, apesar de ter protagonizado noites marcantes.
“Esta equipe tem essa resiliência dentro dela, mas a verdade é que ainda não é consistente. Foi capaz de ter uma noite histórica, mágica, naquilo que é a Libertadores. Nunca na história nenhuma equipe tinha conseguido virar um jogo de 3 a 0 (contra a LDU, na semifinal). Claro que teve os seus custos depois, em termos emocionais, aquilo que foi o nosso desgaste. Mas a verdade é que as duas equipes que foram disputar a final da Libertadores naqueles dois últimos meses perderam pontos”, afirmou.
O técnico reconheceu que o desgaste daquele confronto impactou o desempenho nas rodadas seguintes, mas insistiu que a falta de constância se manifestou especialmente no Brasileirão.
“Mas a verdade é que foi apenas o nosso resultado que tivemos contra o Grêmio (no Brasileirão, com reservas). Eu acho que fizemos uma bela partida, mas a forma como sofremos os gols… Nós sabemos os aspectos que temos de melhorar, que temos de corrigir. E, portanto, faltou um pouquinho desta consistência”, avaliou.
Jogos no Allianz Parque pesaram na perda do título para o Palmeiras
Pela primeira vez, Abel apontou nominalmente os confrontos contra Vitória e Fluminense, ambos no Allianz Parque, como fatores decisivos para que o Palmeiras deixasse o título brasileiro escapar. O time empatou sem gols nas duas partidas, resultados que, na visão do treinador, comprometeram o que poderia ser um desfecho diferente na competição.
“Nós não lutamos ou nós perdemos o campeonato em casa com o Vitória e com o Fluminense. Não fomos consistentes o suficiente pelas expectativas que criamos de conseguir ser campeões. Este ano resume-se isso”, disse o técnico.
Abel também lembrou que a equipe encontrou estabilidade após o Mundial, mesmo após as saídas de Richard Ríos e Estêvão, com a adaptação de dois centroavantes e do meia Lucas Evangelista. Contudo, a recuperação não durou até o fim.
“Um ano de 2025 projetado em 2024, que começou bem, que teve ali um momento de caída, antes do Mundial. Depois do Mundial, nós encaixamos a equipe com a saída do Ríos e do Estêvão, com os dois centroavantes e com o Lucas (Evangelista). Passamos a jogar de forma consistente, mas, na fase final, não fomos consistentes o suficiente para lutar por este título de outra maneira”, falou o português.
Abel cita ajustes pontuais e manutenção da base para 2026
Voltado agora para a próxima temporada, o português descarta grandes mudanças no elenco. Segundo ele, o planejamento já está em andamento e tem como foco pequenos ajustes.
“Esta temporada de 2026, nós estamos a trabalhar nela durante todo este período e, precisamente agora, que acabou também a época desportiva, estamos a trabalhar em cima dela e vamos precisar fazer pequenos ajustes. Sabemos aquilo que temos de corrigir, sabemos aquilo que temos de ajustar, sabemos, em termos de mentalidade e cultura, de cobrança, de exigência, que temos de implementar também”, disse.
O treinador ressaltou que a espinha dorsal está formada e o Palmeiras terá poucas mudanças para 2026.
“Seis jogadores que iniciaram a final da Libertadores foram contratados este ano ou entraram no clube este ano pela primeira vez. Portanto, há aqui uma base. Vocês sabem que somos uma equipe jovem, somos uma equipe resiliente, somos uma equipe competitiva e somos uma equipe com bons jogadores”, completou o comandante.
Situação dos reforços do Palmeiras em 2025
Ao comentar as 12 contratações feitas para 2025, Abel dividiu os reforços em três grupos. Os que se encaixaram bem, como Andreas Pereira, Vitor Roque e Lucas Evangelista; os que precisam de tempo, como Facundo Torres e Sosa; e aqueles que, segundo ele, não terão espaço na continuidade.
“Sim, tem outros que temos que trocar, porque não se adaptaram. E essa é a minha função. Minha, do Barros e da nossa presidente. Falarmos, sentarmos e percebermos os jogadores que nós temos que ter paciência”, disse.
“Como falei, o clube tem esse lastro de paciência, não só com os jogadores que vêm da base, mas com os jogadores que contrata jovens. Falo do López, por exemplo. É verdade que, quando olhamos em termos de resultado, não foi uma boa época, mas em termos de processo da reformulação da equipe, a valorização dos jogadores”, finalizou.
Com o elenco já de férias, o Palmeiras retorna aos trabalhos em 4 de janeiro, na Academia de Futebol. Enquanto isso, a diretoria segue analisando possíveis reforços para 2026, em linha com o planejamento apresentado pelo treinador.
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