Jogador pode ser campeão mesmo atuando com tornozeleira eletrônica

Jogador pode ser campeão mesmo atuando com tornozeleira eletrônica

Yuri de Carvalho, do Goytacaz, pode conquista a Série B2 do Campeonato Carioca sete meses depois de deixar a cadeia

O atacante Yuri de Carvalho da Silva, do Goytacaz, pode encerrar a temporada, neste domingo (7) como campeão da Série B2 do Campeonato Carioca — equivalente à quarta divisão — enquanto cumpre pena em liberdade com tornozeleira eletrônica. A situação chama atenção, mas não é inédita no futebol (veja lista abaixo).

Preso em 2018 por envolvimento com o tráfico, Yuri passou cerca de sete anos na Casa de Custódia Dalton Crespo de Castro, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Em maio, obteve progressão de regime e deixou a unidade prisional autorizado a trabalhar e treinar, desde que permanecesse monitorado.

Na primeira partida da decisão da B2, empate em 1 a 1 com o Macaé, o jogador entrou no segundo tempo. As imagens da transmissão mostram a tornozeleira sob o meião azul da perna esquerda, detalhe que rapidamente repercutiu nas redes sociais.

Regulamento não impede

Segundo o Goytacaz, não existe qualquer veto na competição que impeça um atleta monitorado judicialmente de atuar. A FFERJ confirma essa interpretação e afirma que a presença de jogadores em cumprimento de pena “se alinha a ações de ressocialização”, não havendo regra específica que proíba a participação.

Caso o Goytacaz confirme o título no jogo de volta, Yuri poderá levantar a taça em um cenário pouco comum no futebol profissional: um atleta campeão enquanto ainda é monitorado pela Justiça.

A situação reacende debates sobre o papel do esporte na reintegração social e sobre os limites da participação de atletas monitorados judicialmente. Para a federação e para o clube, trata-se de um exemplo de que o futebol pode contribuir para a reconstrução de trajetórias. Entre torcedores e analistas, porém, o episódio divide opiniões e gera forte repercussão.

Casos anteriores

Apesar da repercussão sobre o caso de Yuri, ele não é o primeiro futebolista a entrar em campo usando tornozeleira eletrônica.

  • Jermaine Pennant — Em 2005, o atacante inglês do Birmingham jogou uma partida da Premier League com tornozeleira eletrônica após ser condenado por dirigir embriagado.

  • Paul McGowan — Em 2018, o meia disputou um jogo da primeira divisão da Escócia pelo Dundee FC usando o dispositivo prescrito pela Justiça após agressão a um segurança em uma boate.

  • Bruno Fernandes — Condenado pelo assassinato da modelo Eliza Samudio, o goleiro ex-Flamengo usava tornozeleira eletrônica quando defendeu o Rio Branco-AC, em 2020. Na época ele cumpria pena no regime semiaberto. Porém, seus advogados obtiveram um recurso na Justiça que lhe dava o direito de tirar o aparelho antes de treinos e jogos.
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