Portuguesa apresenta riscos para recuperação Judicial, diz administrador
Clube enfrenta na Justiça membros do Conselho, que alegam irregularidades nos contratos que envolvem o processo de constituição da SAF
A Portuguesa acendeu um sinal de alerta em seu processo de Recuperação Judicial. O administrador judicial encaminhou um relatório à Justiça apontando riscos que podem comprometer o plano de pagamento das dívidas do clube, trazendo novas preocupações sobre o futuro financeiro da equipe rubro-verde.
“As demonstrações contábeis apresentadas pela recuperanda não refletem as melhores práticas de contabilidade e não refletem a veracidade dos saldos. A ausência de conciliações e controles internos deficientes, ou completamente ausentes, indicam que as informações apresentadas podem estar significativamente incorretas. Assim, todos os índice derivados dos balanços patrimoniais e demonstrações de resultados também podem estar materialmente errados, razão pela qual recomendamos cautela na análise dos dados.
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“O valor do investimento da Portuguesa na SAF não foi reconhecido em seus livros contábeis. Também não foi reconhecido o resultado da equivalência patrimonial, proporcional à sua quota de participação, inviabilizando o acesso à informação sobre eventuais ganhos ou perdas no investimento. Esta Auxiliar não teve acesso a quaisquer dados contábeis e financeiros da SAF que, nesse momento, é um ativo relevante da recuperanda.”
Semanas antes do parecer, o conselheiro Daniel Gil Gomes acionou a Justiça para anular a Assembleia que teria permitido a SAF da Associação Portuguesa de Desportos, fundamentando que o processo de constituição da SAF, da forma em que realizado, violou o Estatuto do clube, expondo o clube a uma posição vulnerável.
Gomes buscava uma liminar para suspender os efeitos da Assembleia de 18 de março de 2025 e, ao final, anular definitivamente essa Assembleia, com o objetivo de restabelecer as decisões da Assembleia de 26 de novembro de 2024, que exigia o envio do contrato dos investidores da SAF ao COF para análise. No entanto, a liminar não foi aceita pela Justiça Cível, que entendeu ser necessário aguardar a defesa e a produção de provas.
Discrepância entre os valores
De acordo com o balanço de 2023, a Portuguesa conta com uma dívida real de R$ 603.568.440,02. No entanto, a associação entrou com um pedido de Recuperação Judicial em um valor de R$ 550 milhões. No contrato assinado, a SAF será 80% pela Tauá Partners e 20% da Associação Portuguesa de Desportos. Além disso, se compromete a pagar no máximo R$550 milhões. Todo o valor excedente será de responsabilidade da APD, que não terá mais nenhuma fonte de receita depois da mudança de administração do clube.
Por mais que seja um estudo e necessite de uma avaliação mais profunda, o COF entende que não dá para ‘estimar’ a dívida da Portuguesa com base em um balanço que sequer foi aceito. Além disso, por ser sócia de 20% da SAF do clube, a Portuguesa herdará, no mínimo, R$110 milhões em débitos.
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