Millôr Fernandes ganha biografia que transcende o ícone do jornalismo

Millôr Fernandes ganha biografia que transcende o ícone do jornalismo

10:17 | 13/12/2025 Autor Flipar

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Tipo Notícia

Millôr Fernandes, mestre da crônica e símbolo do jornalismo brasileiro, tem sua trajetória revisitada no livro de Andréa Queiroz, fruto de dez anos de pesquisa e que transcende o mito público. — Millôr Fernandes, mestre da crônica e símbolo do jornalismo brasileiro, tem sua trajetória revisitada no livro de Andréa Queiroz, fruto de dez anos de pesquisa e que transcende o mito público. / Crédito: Reprodução TV Brasil/EBC

A obra, lançada em 13 de dezembro de 2025, no Cafezin Trem das Gerais, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio, percorre do menino órfão do Méier ao intelectual que transformou humor em crítica. — A obra, lançada em 13 de dezembro de 2025, no Cafezin Trem das Gerais, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio, percorre do menino órfão do Méier ao intelectual que transformou humor em crítica. Crédito: Cynthia Brito/Wikimédia Commons

A autora destaca Millôr como um dos criadores da “Cultura do Carioquismo”, que fez do Rio uma metáfora do Brasil. O livro revisita invenções atribuídas ao cronista, como o frescobol, e sua atuação artesanal desde os tempos de O Cruzeiro. — A autora destaca Millôr como um dos criadores da “Cultura do Carioquismo”, que fez do Rio uma metáfora do Brasil. O livro revisita invenções atribuídas ao cronista, como o frescobol, e sua atuação artesanal desde os tempos de O Cruzeiro. Crédito: Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro - RIOTUR

A “República de Ipanema”, criada por ele e a turma d’O Pasquim, projetou uma Ipanema que dialogava com a realidade do bairro. Suas frases reforçam a visão afiada sobre liberdade, identidade e humor. Até hoje, seu pensamento ilumina contradições nacionais, como os oximoros que tanto gostava de apontar. — A “República de Ipanema”, criada por ele e a turma d’O Pasquim, projetou uma Ipanema que dialogava com a realidade do bairro. Suas frases reforçam a visão afiada sobre liberdade, identidade e humor. Até hoje, seu pensamento ilumina contradições nacionais, como os oximoros que tanto gostava de apontar. Crédito: Arquivo Nacional

Milton Viola Fernandes nasceu no dia 16 de agosto de 1923, no bairro do Méier, no Rio de Janeiro. Ficou conhecido como Millôr Fernandes, personalidade de múltiplos talentos de destaque na cultura e jornalismo brasileiros. — Milton Viola Fernandes nasceu no dia 16 de agosto de 1923, no bairro do Méier, no Rio de Janeiro. Ficou conhecido como Millôr Fernandes, personalidade de múltiplos talentos de destaque na cultura e jornalismo brasileiros. Crédito: Divulgação

Registrado em cartório apenas no dia 27 de maio de 1924, Millôr fez fama em diversas áreas de atuação: das artes plásticas ao teatro. O nome artístico foi adotado por ele a partir de um erro de grafia na certidão (foto). — Registrado em cartório apenas no dia 27 de maio de 1924, Millôr fez fama em diversas áreas de atuação: das artes plásticas ao teatro. O nome artístico foi adotado por ele a partir de um erro de grafia na certidão (foto). Crédito: Domínio Público/Wikimédia Commons

Ainda na adolescência, começou a trabalhar como office-boy na redação da revista “O Cruzeiro”, fundada pelo empresário da comunicação Assis Chateaubriand. — Ainda na adolescência, começou a trabalhar como office-boy na redação da revista “O Cruzeiro”, fundada pelo empresário da comunicação Assis Chateaubriand. Crédito: Domínio Público/Wikimédia Commons

Nos anos seguintes, o jovem profissional passou a atuar como jornalista na publicação semanal, principal revista do país à época. Em 1945, lançou em “O Cruzeiro” a seção Pif-Paf, que o faria conhecido. — Nos anos seguintes, o jovem profissional passou a atuar como jornalista na publicação semanal, principal revista do país à época. Em 1945, lançou em “O Cruzeiro” a seção Pif-Paf, que o faria conhecido. Crédito: Divulgação

Ainda no fim dos anos 40, realizou sua primeira incursão no universo literário com a publicação de “Eva sem Costela - Um Livro em Defesa do Homem”. O livro foi assinado com o pseudônimo Adão Júnior. — Ainda no fim dos anos 40, realizou sua primeira incursão no universo literário com a publicação de “Eva sem Costela - Um Livro em Defesa do Homem”. O livro foi assinado com o pseudônimo Adão Júnior. Crédito: Divulgação

Em 1948, Millôr fez uma viagem aos Estados Unidos a serviço de “O Cruzeiro” e conheceu o empresário Walt Disney, criador da mais famosa companhia de entretenimento do mundo. — Em 1948, Millôr fez uma viagem aos Estados Unidos a serviço de “O Cruzeiro” e conheceu o empresário Walt Disney, criador da mais famosa companhia de entretenimento do mundo. Crédito: Reprodução do Youtube Canal Band Jornalismo

Nos anos 50, expandiu sua atuação para a dramaturgia ao lançar sua primeira peça de teatro, “Uma Mulher em Três Atos”. No teatro, Millôr se destacaria também como tradutor de obras clássicas, como “Hamlet” e “Rei Lear”, de William Shakespeare. — Nos anos 50, expandiu sua atuação para a dramaturgia ao lançar sua primeira peça de teatro, “Uma Mulher em Três Atos”. No teatro, Millôr se destacaria também como tradutor de obras clássicas, como “Hamlet” e “Rei Lear”, de William Shakespeare. Crédito: - Reprodução do Facebook Millôr Fernandes

Nessa mesma década, Millôr também expôs seus desenhos em um mostra de Buenos Aires e no MAM (Museu de Arte Moderna) do Rio de Janeiro. — Nessa mesma década, Millôr também expôs seus desenhos em um mostra de Buenos Aires e no MAM (Museu de Arte Moderna) do Rio de Janeiro. Crédito: Reprodução do Facebook Millôr Fernandes

Após 25 anos em “O Cruzeiro”, em 1963 o jornalista foi demitido da revista como uma resposta da direção ao protesto de leitores contra ironias bíblicas feitas por Millôr em desenhos na série “Esta É a Verdadeira História do Paraíso”. — Após 25 anos em “O Cruzeiro”, em 1963 o jornalista foi demitido da revista como uma resposta da direção ao protesto de leitores contra ironias bíblicas feitas por Millôr em desenhos na série “Esta É a Verdadeira História do Paraíso”. Crédito: Reprodução do Facebook Millôr Fernandes

Em maio de 1964, pouco depois de ocorrer o golpe militar no Brasil, Millôr lançou a revista Pif-Paf (ampliação de sua seção homônima em “O Cruzeiro”). Porém, a publicação, repleta de humor e ilustrações, durou apenas oito edições. — Em maio de 1964, pouco depois de ocorrer o golpe militar no Brasil, Millôr lançou a revista Pif-Paf (ampliação de sua seção homônima em “O Cruzeiro”). Porém, a publicação, repleta de humor e ilustrações, durou apenas oito edições. Crédito: Divulgação

No auge da Ditadura Militar, foi uma das personalidades à frente de “O Pasquim”, semanário que marcou época no jornalismo brasileiro pelo sarcasmo e críticas ao governo e aos costumes da época. — No auge da Ditadura Militar, foi uma das personalidades à frente de “O Pasquim”, semanário que marcou época no jornalismo brasileiro pelo sarcasmo e críticas ao governo e aos costumes da época. Crédito: Reprodução

Em “O Pasquim”, ele dividiu espaço com outras personalidades famosas da cultura brasileira no século 20, como os cartunistas Jaguar, Henfil e Ziraldo e os jornalistas Paulo Francis e Tarso de Castro. — Em “O Pasquim”, ele dividiu espaço com outras personalidades famosas da cultura brasileira no século 20, como os cartunistas Jaguar, Henfil e Ziraldo e os jornalistas Paulo Francis e Tarso de Castro. Crédito: Divulgação

Em 1977, dois anos após deixar de escrever em “O Pasquim”, Millôr estreou sua peça de teatro mais bem sucedida. Intitulada “É”, ela foi encenada pelo casal Fernanda Montenegro e Fernando Torres. — Em 1977, dois anos após deixar de escrever em “O Pasquim”, Millôr estreou sua peça de teatro mais bem sucedida. Intitulada “É”, ela foi encenada pelo casal Fernanda Montenegro e Fernando Torres. Crédito: - Arquivo Nacional

Entre os anos 80 e 90, Millôr trabalhou para diversos veículos de imprensa de prestígio, como “Veja” e “Jornal do Brasil”. — Entre os anos 80 e 90, Millôr trabalhou para diversos veículos de imprensa de prestígio, como “Veja” e “Jornal do Brasil”. Crédito: Reprodução Youtube

Outra qualidade do jornalista Millôr Fernandes foi a de frasista, com expressões carregadas de sarcasmo. — Outra qualidade do jornalista Millôr Fernandes foi a de frasista, com expressões carregadas de sarcasmo. Crédito: Reprodução do Facebook Millôr Fernandes

São dele, por exemplo, sentenças como “o preço da fidelidade é a eterna vigilância” e “como são admiráveis as pessoas que não conhecemos bem”. — São dele, por exemplo, sentenças como “o preço da fidelidade é a eterna vigilância” e “como são admiráveis as pessoas que não conhecemos bem”. Crédito: Reprodução do Facebook Millôr Fernandes

Seu livro de maior sucesso foi “Millôr Definitivo - A Bíblia do Caos”, que reúne textos e as inúmeras frases geniais do jornalista. — Seu livro de maior sucesso foi “Millôr Definitivo - A Bíblia do Caos”, que reúne textos e as inúmeras frases geniais do jornalista. Crédito: Reprodução do Youtube Canal Band Jornalismo

Millôr Fernandes morreu no dia 27 de março de 2012, aos 88 anos, em decorrência de falência múltipla dos órgãos. À época, ele era casado com a jornalista Cora Rónai. — Millôr Fernandes morreu no dia 27 de março de 2012, aos 88 anos, em decorrência de falência múltipla dos órgãos. À época, ele era casado com a jornalista Cora Rónai. Crédito: Arquivo Pessoal

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