O Momordica charantia, popularmente conhecido como Melão de São Caetano, tem uma aparência incomum e um sabor amargo que intimida os consumidores. Contudo, possui uma história milenar de uso medicinal, ainda pouco explorada no Brasil.
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Originário das regiões tropicais e subtropicais da Ásia, este fruto foi domesticado na Índia, de onde se espalhou para outras partes do continente. Na sequência, ele apareceu também na África e nas Américas, com seu formato único.
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O nome melão de São Caetano deriva da devoção a São Caetano, padroeiro de uma capela onde a planta era cultivada, e da semelhança do fruto com um melão comum.
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Um dos aspectos em que este fruto se destaca é na medicina tradicional. Afinal, suas folhas e raízes ajudam no tratamento de diferentes condições, como problemas digestivos e infecções.
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O Melão de São Caetano chegou ao Brasil durante o período colonial, trazido por portugueses ou escravos africanos. Ele, então, se adaptou ao clima tropical e se consolidou em quintais e terrenos baldios.
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Tradicionalmente, este tipo de melão é empregado para auxiliar no controle da diabetes, aliviar problemas digestivos, combater parasitas intestinais e até mesmo como agente anti-inflamatório.
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A ciência moderna, por sua vez, identificou compostos bioativos com propriedades antidiabéticas, anti-inflamatórias, antibacterianas e até mesmo potencial antitumoral.
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Nele, há substâncias como a charantina, a vicina e o polipeptídeo-p, responsáveis por muitos dos efeitos benéficos da planta. Rico em vitaminas A e C, este fruto possui um perfil nutricional e terapêutico.
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Seus compostos antioxidantes ajudam a proteger o organismo contra danos causados pelos radicais livres e suas propriedades anti-inflamatórias podem auxiliar na redução de inflamações.
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O melão de São Caetano tem sido utilizado para combater problemas digestivos e auxiliar no tratamento da prisão de ventre, devido às suas propriedades laxativas e purgativas.
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Melão-de-são-caetano (Momordica charantia), fruto originário de África - Flickr Francisco Alba
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Por outro lado, o melão de São Caetano possui um sabor intensamente amargo. Este gosto é sinal da presença de compostos bioativos potentes, uma estratégia evolutiva da planta para se proteger de predadores.
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Isso faz com que a percepção popular ache que a planta medicinal seja venenosa, algo que não existe na verdade. Entretanto, seu uso requer cuidado para utilizar a dosagem correta e conhecimento sobre as contraindicações.
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Este tipo de melão possui algumas contraindicações importantes. É crucial evitar o uso em grávidas, lactantes, crianças e pessoas com hipoglicemia, além de ser recomendado cuidado ao combinar com medicamentos para diabetes e anticoagulantes.
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Por isso, é aconselhado consumir o melão de São Caetano somente sob a recomendação de um médico ou de um especialista no uso de plantas medicinais.
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Esse fruto tem um potencial agrícola incrível, pois apresenta adaptabilidade, resistência a pragas e baixa exigência de insumos.
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Uma planta medicinal também indicada para complementar o tratamento de alguns problemas de pele, como picada de inseto, feridas ou eczema, que é uma inflamação na pele
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Além disso, esta planta é rica em diversas saponinas, incluindo momordicina, momordin, momordicosídeo, karavilagenina, karavilosídeo e kuguacina, todas elas contribuindo para suas propriedades curativas.
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O melão de São Caetano possui um fruto amarelo quando maduro que mede aproximadamente 15 cm de comprimento, parecido com um pequeno melão de textura espinhosa
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Seu fruto se abre em três válvulas e no seu interior existem sementes achatadas vermelhas envolvidas por uma polpa doce e comestível. As demais partes do fruto possuem um sabor mais amargo.
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Não há uma região específica no Brasil onde ele seja mais abundante, pois sua adaptabilidade permite que cresça em diversos ambientes. É comum em pomares, hortas, cafezais, terrenos baldios, cercas e alambrados.
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As folhas dessa planta podem ser usadas para preparar chás e compressas, por exemplo, ou ainda encontrada na forma de cápsulas.
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É também geralmente encontrado em feiras locais e mercados municipais, tem um sabor amargo e pode ser usado em receitas, como suco, refogados e saladas.
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