As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio de 2024 resultaram em centenas de mortes e deixaram milhares de pessoas desabrigadas.
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Catástrofes climáticas como essa costumam gerar uma angústia em relação ao futuro e os cientistas já deram até um nome para isso: ecoansiedade ou ansiedade climática.
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A Associação Americana de Psicologia (APA) introduziu o novo termo em 2017.
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Segundo o órgão americano, o termo explica um “medo crônico de sofrer um cataclismo ambiental que ocorre ao observar o impacto, aparentemente inevitável, das mudanças climáticas”.
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Em 2021, o termo foi incluído no renomado dicionário de Oxford. Dois anos antes, a instituição já tinha escolhido emergência climática como a palavra do ano em 2019.
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No Brasil, a Academia Brasileira de Letras (ABL) já reconheceu o termo ecoansiedade como um nova palavra.
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Segundo a ABL, o termo representa um “estado de inquietação e angústia desencadeado pela expectativa de graves consequências das mudanças climáticas e pela percepção de impotência diante dos danos irreversíveis ao meio ambiente”.
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O medo constante de que os danos causados pelas atividades humanas ao planeta sejam irreversíveis é uma preocupação crescente.
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Segundo estudiosos, o interesse pelo tema tem aumentado também por conta de uma maior frequência de temporais e enchentes nos últimos anos.
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Não é uma patologia, mas um fenômeno que tem a ver com essas emoções desconfortáveis, como angústia, tristeza, impotência e até raiva em relação às mudanças climáticas, destacou em 2024 o coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trauma e Estresse da PUC-RS, Christian Kristensen.
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Ana Lizete Farias, psicanalista e doutora em Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), afirmou ao jornal O Globo na época que essa situação é uma consequência da crise no estilo de vida coletivo causada pelas mudanças climáticas.
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Enquanto fator de estresse ambiental, as alterações climáticas têm o diferencial de serem uma ameaça real em curso e em desenvolvimento, disse ela.
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Não há um perfil específico entre os que são afetados por ela [ecoansiedade], porém é mais comum entre aqueles que se preocupam com as questões ambientais e que são mais suscetíveis a casos de depressão e ansiedade, explicou.
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Especialistas no Brasil afirmam que há poucos estudos acadêmicos sobre ecoansiedade no país, mas em outros lugares o tema já vem sendo bastante explorado pela comunidade científica.
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Pesquisadores da Universidade de Bath, na Inglaterra, realizaram um dos maiores estudos já feitos sobre o tema até agora. Foram entrevistados 10 mil jovens de 16 a 25 anos em 10 países, um deles o Brasil.
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Bärbel Miemietz
Os dados do estudo foram divulgados na revista científica The Lancet Planetary Health e mostraram que, entre os países analisados, 59% dos jovens estão muito ou extremamente preocupados com as mudanças climáticas.
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Quando se faz um recorte apenas do Brasil, 67% dos jovens demonstraram estar muito apreensivos com a crise climática.
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Outra estatística que chamou a atenção foi: 40% dos jovens disseram que resistem em ter filhos por causa das mudanças climáticas, e 75% acham que o futuro é assustador.
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Os governos não estão tomando medidas suficientes para resolver o problema para 65% dos entrevistados.
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Os jovens têm sido mais afetados porque em geral não possuem experiências 'de passado' sem a presença desses eventos climáticos extremos, enfatizou Caroline Hickman, da Universidade de Bath e da Aliança de Psicologia Climática.
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Outros estudos mostram que se envolver em ações para reduzir as mudanças climáticas pode ajudar a lidar com a ansiedade climática e melhorar o bem-estar.
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