O Brasil é o segundo país com maior proporção de jovens que não estudam nem trabalham.
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Em relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país só fica atrás da África do Sul.
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A OCDE analisou dados de 37 países sobre o perfil de jovens entre 18 e 24 anos.
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Nessa faixa etária da população brasileira, 36% não estudam e estão sem trabalho.
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A África do Sul, recordista nesse índice negativo, tem 46,2% de jovens nem-nem.
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Turquia, Colômbia e Costa Rica completam a relação dos cinco países com a maior proporção de jovens nessa situação.
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De acordo com o relatório, esse estrato da população vive transição entre a vida estudantil e o ingresso no mercado de trabalho.
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Não ter trabalho traz consequências duradouras, especialmente quando a pessoa experiencia períodos longos de desemprego ou inatividade.
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As razões para esse fenômeno variam de acordo com a renda familiar e a predominância é nas camadas mais pobres da população.
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Camila Ikuta, técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), disse ao UOL que nas camadas mais pobres o quadro atinge em maior grau as jovens mulheres.
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A maioria são jovens mulheres que tiveram que deixar de estudar e não trabalhavam para poder exercer tarefas domésticas, criar filhos ou cuidar de idosos ou outros familiares, destacou a socióloga.
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Segundo a especialista, nas famílias de renda mais alta o perfil predomina em idades mais baixas, em geral no intervalo entre ensino médio e ingresso na universidade.
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Em relatório recente, o IBGE afirma que na faixa dos 18 a 24 anos o ideal é que o jovem esteja cursando faculdade (desde que tenha feito a educação básica na idade adequada).
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Levantamento da Subsecretária de Estatísticas e Estudos do Ministério do Trabalho aponta que os jovens entre 18 e 24 anos representam 55% da população desempregada do Brasil.
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São 5,2 milhões de jovens sem emprego nessa faixa etária.
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O universo dos chamados nem-nem é de 7,1 milhões - 60% são mulheres com filhos pequenos.
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E o percentual de pretos e pardos entre os nem-nem é de 68%.
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Os especialistas citam a pandemia de Covid-19 como fator que agravou o quadro.
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Segundo artigo de técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o efeito da pandemia pode se prolongar até por décadas.
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