Veja o que a série Bebê Rena ensina sobre amor

Filósofo explica sobre como esse sentimento pode ser ou não saudável

Na série da Netflix “Bebê Rena”, inspirada em eventos reais e na peça de Richard Gadd apresentada no Edinburgh Festival Fringe de 2019, mergulhamos na vida do comediante Donny Dunn (Richard Gadd), que se vê envolvido com Martha (Jessica Gunning), uma mulher em meio às suas próprias batalhas pessoais. O que começa como um encontro casual rapidamente se transforma em uma relação obscura e perturbadora, levando este homem a confrontar traumas profundos de seu passado.

Complexidade de Bebê Rena

A série tem chamado a atenção da internet nos últimos dias, principalmente por ser baseada em uma história real que trata de temas muito complexos, como stalking, abuso de substâncias e violência sexual. No entanto, além de entretenimento, a produção também ajuda a pensar melhor o amor, e situações em que outros sentimentos são considerados amor, explica o filósofo, palestrante e escritor Luiz Fellipe de Carvalho.

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“A série é protagonizada por Donny, um personagem que é perseguido por uma stalker. Além disso, a série também mostra como ele, de certa forma, gostava dessa atenção. Isso nos ajuda a repensar amor e afeto, e como nós os buscamos até de modos esdrúxulos”, diz.

Quando o amor falha em ser saudável, ele nos toma de modo não saudável (Imagem: eamesBot | Shutterstock)

Relação da série com a mitologia

Para Luiz Fellipe, a série tem relação com a mitologia grega. “A situação retratada na série nos faz lembrar da história mitológica de Eros, que representa o amor, mas um tipo de amor que chamo de ‘amor potência’. Eros era filho de Ares, deus da guerra e do impulso, com Afrodite, deusa da beleza. Ou seja, a junção do impulso com a beleza gerou o amor, mas um que tem poder sobre nós. O impulso de amar e ser amado é tão inescapável, que quando não o conseguimos de formas saudáveis, ele nos toma de modos não saudáveis, como o que aconteceu na série”, explica.

A mitologia é um meio importante de expressão do inconsciente coletivo e da condição humana. Por isso, analisar as histórias presentes nessa ‘enciclopédia de mitos’ ajuda a entender mais as questões existenciais dos indivíduos.

Reflexões a partir do mito de Eros e Psiquê

O filósofo, palestrante e escritor continua explicando sobre a mitologia: “Segundo os mitos, Eros se casou com uma mortal chamada Psiquê, que representa a alma humana. No mito, eles estavam destinados a estar juntos. Mas, em um dado momento, Psiquê traiu a confiança de Eros, o amor, e teve que realizar trabalhos penosos para retomar o amor de Eros. Isso tudo é uma forma de representar que ao mesmo tempo em que o amor adoece, ele também cura“.

Dessa maneira, Luiz Fellipe diz que é essencial tomar cuidado com o amor. “Por isso, é muito importante ficar atento a esse tipo de situação e tentar entender se o que você chama de amor realmente é amor, ou é mais uma necessidade de preencher o espaço que deveria pertencer ao amor”, afirma.

Por Tayanne Silva

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