Quem são os 'arquitetos da IA' que revista Time elegeu como Pessoa do Ano de 2025
Agência BBC

Quem são os 'arquitetos da IA' que revista Time elegeu como Pessoa do Ano de 2025

O chefe da Nvidia, Jensen Huang, está entre as figuras influentes da tecnologia que estampam uma das duas capas

Jensen Huang, chefe da Nvidia, de perfil
Getty Images
O chefe da Nvidia, Jensen Huang, está entre os líderes de tecnologia que a revista colocou na sua maior capa do ano

A Pessoa do Ano de 2025 da revista Time não é uma única pessoa.

Em vez disso, a revista reconheceu como a figura mais influente do ano "os arquitetos" da inteligência artificial (IA).

O chefe da Nvidia, Jensen Huang, o diretor da Meta, Mark Zuckerberg, o dono do X, Elon Musk, e a "madrinha" da IA, Fei-Fei Li, estão entre os retratados em uma das duas capas da revista.

Especialistas dizem que isso destaca a rapidez com que a IA — e as empresas por trás dela — estão remodelando a sociedade.

O anúncio vem em meio a um boom da tecnologia, impulsionado pelo lançamento do ChatGPT pela OpenAI no fim de 2022, que continua avançando rapidamente.

Seu chefe, Sam Altman, disse em setembro que o chatbot é usado por cerca de 800 milhões de pessoas todas as semanas.

As grandes empresas de tecnologia estão investindo bilhões de dólares em IA e na infraestrutura por trás dela na tentativa de se manter à frente dos concorrentes.

Há duas capas este ano — uma é uma obra de arte que retrata as letras "AI" cercadas por trabalhadores, e a outra é uma pintura focada nos próprios líderes de tecnologia.

Oito pessoas de terno sentadas em uma viga, com a paisagem urbana ao fundo.
Reprodução
A capa faz referência à clássica fotografia de Nova York 'Lunch atop a Skyscraper' — mas com figuras da tecnologia no lugar dos operários

Na Meta, Zuckerberg teria orientado a empresa em torno da tecnologia, incluindo seu chatbot de IA, que foi incorporado aos aplicativos populares da companhia.

Ele, junto com Huang, Musk, Li e Altman, apareceu na capa ao lado de Lisa Su, chefe da fabricante de chips AMD, do diretor da Anthropic, Dario Amodei, e do líder do laboratório de IA do Google, Sir Demis Hassabis.

"Este ano, o debate sobre como usar a IA de forma responsável deu lugar a uma corrida para implementá-la o mais rápido possível", disse a Time ao anunciar suas novas capas.

"Mas os avessos ao risco não estão mais no comando. Graças a Huang, Son, Altman e outros, a humanidade agora está acelerando pela estrada, pé totalmente no acelerador, rumo a um futuro altamente automatizado e altamente incerto."

E o editor-chefe da revista, Sam Jacobs, disse que "ninguém" teve tanto impacto em 2025 quanto "as pessoas que imaginaram, projetaram e construíram a IA".

"A humanidade determinará o caminho futuro da IA, e cada um de nós pode desempenhar um papel na definição de sua estrutura e de seu futuro", afirmou.

Alina Timofeeva, consultora em cibersegurança e IA, disse à BBC que a decisão da Time de reconhecer os arquitetos da IA destaca a tecnologia como "uma força definidora na forma como nossas economias, instituições e vidas diárias funcionam hoje".

Mas ela afirmou que, embora seus líderes estejam na capa, "é a forma como milhões de pessoas escolherem aplicar a IA que determinará se ela se tornará um multiplicador de inclusão e oportunidade, ou um catalisador de desigualdades ainda mais profundas".

A outra capa da Time mostra as letras “AI”, com trabalhadores da construção ao redor. É como se eles estivessem construindo uma estátua gigante das letras usando peças de computador.
Reprodução

O analista da Forrester, Thomas Husson, disse que 2025 pode ser visto como um "ponto de virada" para a frequência com que a IA agora é usada em nosso dia a dia.

"A maioria das pessoas a utiliza sem sequer perceber", afirmou à BBC.

Ele disse que a IA agora está sendo integrada a hardwares, softwares e serviços — o que significa que sua adoção é "muito mais rápida do que durante as revoluções da internet ou do celular".

Algumas pessoas já preferem chatbots a mecanismos de busca e redes sociais para planejar viagens, encontrar presentes de Natal e descobrir receitas.

Outras, como aquelas preocupadas com seu consumo de energia, dados de treinamento e impacto sobre seus meios de subsistência, optam por não usar a tecnologia.

Nik Kairinos, fundador e diretor-executivo do laboratório Fountech AI, disse que as capas eram "uma avaliação honesta" da influência da tecnologia, mas acha que "reconhecimento não deve ser confundido com prontidão".

"Neste momento, a IA ainda pode ser uma salvação ou uma ameaça para a humanidade", afirmou.

"Ainda estamos nos estágios iniciais de construir sistemas de IA que sejam confiáveis, responsáveis e alinhados aos valores humanos.

Para aqueles de nós que desenvolvem a tecnologia e levam ferramentas de IA ao mercado, há uma responsabilidade enorme."

Grupos reconhecidos no lugar de indivíduos

 Um homem de terno escuro e gravata-borboleta listrada de verde e amarelo. Ele está parado diante de um conjunto de computadores, com os braços cruzados.
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Steve Jobs foi um dos fundadores da tecnologia que representaram o computador em 1982

Esta não é a primeira vez que a Pessoa do Ano é um grande grupo: os combatentes do ebola receberam o título em 2014, e os denunciantes, em 2002.

Antes disso, em 1982, a revista reconheceu o computador, dizendo que os americanos tinham uma "paixão vertiginosa" pelo aparelho.

A Time o chamou de "parte modismo", mas disse que também era "parte a percepção de como a vida poderia ser melhorada".

O computador foi representado por vários empreendedores de tecnologia da época, incluindo o cofundador da Apple, Steve Jobs, e o presidente da IBM, John Opel.

Depois, em 2006, a Pessoa do Ano foi "Você" — uma forma de representar o poder dos indivíduos online.

Contribuidores da Wikipedia, primeiros usuários do YouTube e usuários do MySpace foram citados como exemplos de "os muitos arrancando poder dos poucos e ajudando uns aos outros sem nada em troca".

E concluiu: "Isso não só mudará o mundo, como também mudará a maneira como o mundo muda".

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