Quem foi Shane Tamura, homem que matou quatro pessoas em Nova York e deixou bilhete culpando a NFL por doença cerebral
Ataque a tiros ocorreu em prédio corporativo na famosa Park Avenue, nesta segunda-feira (28/07).
Quatro pessoas foram mortas a tiros nesta segunda-feira (28/07) por Shane Tamura, um homem de 27 anos que depois do ataque em Nova York atirou em si mesmo e morreu.
Tamura, residente de Las Vegas, deixou uma carta em que aparentemente culpava a liga de futebol americano dos Estados Unidos, a National Football League (NFL), por uma lesão cerebral, de acordo com o prefeito de Nova York, Eric Adams.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
A NFL tem escritório no prédio corporativo em que ocorreu o ataque, na movimentada e famosa avenida Park Avenue.
Segundo a polícia de Las Vegas, o suspeito tinha "um histórico registrado de [questões relacionadas à] saúde mental".
Na carta encontrada, Tamura culpava a encefalopatia traumática crônica (ETC), uma doença cerebral desencadeada por traumatismo craniano, por sua doença mental, relatou Adams.
Tamura jogou futebol americano na adolescência, mas não jogou na NFL, disseram ex-companheiros de equipe à imprensa americana.
Entre as vítimas do atirador está o policial de Nova York Didarul Islam, de 36 anos, que no momento do ataque trabalhava como segurança no prédio.
De acordo com o prefeito de Nova York, Islam servia na polícia de Nova York havia mais de três anos e era um imigrante de Bangladesh.
Adams o chamou de um "nova-iorquino de verdade" e afirmou ter dito à família do policial que ele foi um "herói".
Didarul Islam tinha dois filhos e sua esposa está grávida do terceiro filho do casal.
Outra vítima foi um funcionário da gigante financeira Blackstone, identificado por sua empresa como Wesley LePatner.
Dois civis do sexo masculino também foram mortos.
Um funcionário da NFL também ficou "gravemente ferido" no ataque, escreveu o presidente da liga, Roger Goodell, em uma mensagem aos funcionários.
Em comunicado, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou ter sido informado sobre o "trágico tiroteio" e disse confiar nos órgãos de segurança dos EUA para "descobrir por que esse lunático enlouquecido cometeu um ato de violência tão sem sentido".
Tamura teria atravessado o país com um automóvel para chegar a Nova York — passando pelo Colorado em 26 de julho, Nebraska e Iowa em 27 de julho e, em seguida, Nova Jersey ainda na tarde do dia 28.
Uma câmera de vigilância capturou imagens do atirador.
Após estacionar uma BMW, ele aparece caminhando em direção às portas segurando um fuzil e usando óculos escuros.
Ele entra no saguão do prédio e aparentemente abre fogo primeiro contra Didarul Islam. Em seguida, atira em direção a uma mulher que se escondeu atrás de uma pilastra. Então, ele passa a atirar ao redor do saguão.
Acredita-se que Tamura tenha entrado em um elevador para o 33º andar do arranha-céu e continuado a atirar.
Uma investigação preliminar indica que o atirador foi por engano ao escritório da Rudin Management, proprietária do prédio.
Mais tarde, Tamura apontou a arma para si mesmo e se matou.
Um colega de classe se lembrou de Tamura como uma pessoa brincalhona, e um ex-treinador o descreveu como um jogador talentoso e esforçado.
Nas três páginas da carta de despedida, o atirador pediu que examinassem seu cérebro em busca de sinais da ETC. A doença só pode ser diagnosticada definitivamente após a morte.
"Parece que ele culpou a NFL por sua ETC... e atirou em si mesmo e tirou a própria vida. Atirou no próprio peito. Parece que ele queria preservar seu cérebro para fins de pesquisa", disse o prefeito Eric Adams.
Vários estudos médicos realizados na última década demonstraram uma forte associação entre o futebol americano e a ETC.
Esse é um esporte de alto impacto, no qual os jogadores frequentemente sofrem lesões na cabeça — tanto concussões clinicamente detectáveis quanto pancadas leves sem sintomas imediatos.
Sobre o policial morto, Didarul Islam, membros da comunidade de imigrantes de Bangladesh contaram que ele trabalhou como segurança de uma escola antes de se tornar policial.
Os amigos relataram que Didarul Islam era um membro ativo de sua mesquita e mentor de jovens na comunidade.
Um dos pupilos de Islam, Marjanul Karim, explicou por que Islam saiu da escola para trabalhar em uma profissão arriscada.
"Ele queria deixar um legado para sua família, algo de que pudessem se orgulhar", relatou Karim.
Membros da comunidade, na área do Bronx, passaram a noite de segunda-feira visitando a casa do falecido policial, que ele dividia com sua família e pais, informou o jornal New York Times.
Durante o ataque, o Departamento de Polícia de Nova York pediu à população que evitasse a área. Depois, anunciou nas redes sociais que a situação havia sido controlada e que o atirador solitário havia sido "neutralizado".
O incidente paralisou partes do centro de Manhattan e o transporte público. A polícia vasculhou andar por andar para liberar o centro corporativo, um esforço que levou horas.
O prédio de 44 andares ocupa um quarteirão inteiro e é grande o suficiente para ter seu próprio código postal.
A poucos quarteirões ao sul do Central Park, a área onde ocorreu o ataque abriga vários dos enormes e icônicos arranha-céus de Nova York.
*Com informações da BBC News Mundo
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente