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Jovens empreendedores investem no mercado gastronômico de Fortaleza

Conheça as histórias de três restaurantes recentes na capital cearense, cujos donos, apesar de jovens, arriscaram-se no mundo dos novos empreendimentos
01:00 | Mar. 16, 2017
Autor O POVO
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[FOTO1]Empreender se tornou uma palavra bastante usada no cenário econômico do País nos últimos anos. Enquanto o mercado se complicou, investir em um negócio foi a saída para encontrar nova fonte de renda, e Fortaleza segue o fluxo deste movimento. Na Capital, jovens com menos de 30 anos encontraram a chance de realizar um sonho antigo ou conseguiram se recolocar no mercado abrindo novas empresas no ramo da gastronomia.

De acordo com o Indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas, foram criadas 1.702.958 novas empresas no Brasil entre janeiro e outubro de 2016. Além disto, a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad) indicou que no quarto trimestre de 2016 havia 90,3 milhões de brasileiros ocupados, e 24,5% destes correspondia a trabalhadores por conta própria, onde se encaixam os empreendedores, além de 4,6% de empregadores.

Para muitos, empreender foi uma opção gerada por necessidade, enquanto para outros, que já possuíam o desejo de ter seu próprios negócio, a chance perfeita apareceu no período 2014 - 2016, quando a economia se mostrou mais aberta a novas empresas. Os novos empresários também acabam se destacando pela faixa etária, sendo cada vez mais jovens. O administrador Rafael Albuquerque, articulador do Escritório do Sebrae Ceará em Fortaleza, ressalta que a faixa etária que mais apresenta demandas ao Sebrae para o setor é a de 18 a 35 anos.

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Ideia repentina

O casal Érica Nunes, de 24 anos, e Othon Botelho, de 26, cursavam Administração, quando  decidiram trancar a faculdade e abrir o próprio negócio, a hamburgueria MacLaren’s. Apesar da proximidade, a ideia surgiu quase como uma brincadeira. Além do conhecimento proveniente da graduação, Othon ressalta que os dois buscaram informações também com outros empreendedores, para entender as dificuldades do mercado.

“Nós dois sempre fomos apaixonados por hambúrguer, e o Othon costumava, nos finais de semana, fazer vários tipos pra votar qual seria o melhor da  noite. Era mais uma brincadeira”, conta Érica. Ela completa que a ideia de abrir a hamburgueria surgiu de repente, depois de um desses momentos com Othon. Para o casal, uma das partes mais difíceis foi tomar a decisão de trancar a faculdade, além do iminente risco de perder o investimento.

Movimento empreendedor

A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2015 em parceria com o Sebrae mostrou que, em 2015, houve no País a maior taxa de empreendedorismo dos últimos 14 anos,  alcançando 39,3% enquanto em 2002, por exemplo, o número foi 20,9%. O resultado da pesquisa indica, de acordo com Rafael Albuquerque, que a cada 10 brasileiros em idade economicamente ativa, quatro já têm o próprio negócio ou estão envolvidos em novas empresas.

Para o administrador, o desafio de empreender não está na abertura de um estabelecimento, mas na manutenção dele. “Difícil é a gestão do negócio, é o dia a dia, ter todas as atividades executadas, um bom planejamento, ter projeção de fluxo de caixa e gestão do capital de giro”, explica.

 

Para uma boa administração, ele indica que o empreendedor deve ter um olhar inovador e sensível à demanda do seu público, além da familiariadade com o mercado em que deseja se inserir. A experiência também se configura como um dos fatores mais importantes, porém, não apenas a própria. No caso de jovens empresários, aprender com os erros dos outros pode agregar bastante.

Comida de rua

Em meados de 2014, um movimento que também ganhou força no País foi o da comida de rua, com trailers, food trucks e a quebra do estereótipo da “baixa gastronomia”. Davi Mesquita, de 25 anos, proprietário do restaurante Ma Che, sonhava desde criança em ter o seu próprio restaurante. Ele enxergou no movimento da comida de rua a chance de empreender.

 

Davi acredita que a pouca idade foi benéfica para o processo de abertura do Ma Che, que após um tempo como food truck, migrou para uma estrutura de restaurante fixa. “Como em Fortaleza o food truck era uma ideia nova, associada, principalmente, ao público jovem, ser jovem me ajudou no contato com esse público”, afirma.

Outro jovem que encontrou nos food trucks  a chance de empreender foi Hugo Rigui, de 26 anos, que começou, dois anos atrás, a viajar pelo Nordeste com o El Chancho. Desde a adolescência, Hugo possuía contato com o mundo dos negócios por causa dos pais, que trabalhavam com comércio.

 

Ele afirma que sempre se sentiu corajoso para arriscar e que, apesar da crise tão falada em 2016, o El Chancho passou por uma ótima fase, com a abertura do restaurante fixo. “A gente não veio de uma grande empresa, estamos aprendendo todo dia”, ressalta Rigui, valorizando a experiência proveniente de cada erro ou dificuldade.

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