"Eu só precisava acompanhar o ritmo", diz Benicio Del Toro sobre contracenar com Leonardo DiCaprio

Em exibição no streaming, "Uma Batalha Após a Outra" é um dos principais cotados para várias categorias do Oscar 2026. Longa é estrelado por Leonardo DiCaprio, Sean Penn, Chase Infiniti e Benicio Del Toro

11:31 | Dez. 23, 2025

Por: Arthur Gadelha
Benicio Del Toro em Uma Batalha Após a Outra (foto: Warner Bros/Divulgação)

Antes mesmo da sua estreia, a produção de Uma Batalha Após a Outra chamou atenção do meio cinéfilo pela sua composição de astros. Dirigido por Paul Thomas Anderson, um dos cineastas americanos mais celebrados no campo autoral de Hollywood desde os anos 1990, o filme de ação com pitadas de comédia reunia novas estrelas - como os quase estreantes Chase Infiniti e Teyana Taylor - e outras atuações com currículo muito mais extenso.

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Nessa velha-guarda, uma dupla especial salta em meio a cenas de fuga de ex-revolucionários que esqueceram a própria revolução: Leonardo DiCaprio, o protagonista atrapalhado, e Benicio Del Toro, uma peça inesquecível na engrenagem.

Suspeitava-se que apenas Sean Penn seria lembrado nas premiações de ator coadjuvante, mas o desempenho de Benicio vem sendo tão celebrado pelas premiações precursoras de associações críticas nos Estados Unidos que tudo indica que ele também chegará ao Oscar.

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Na sexta-feira, 19 de dezembro, O POVO participou de coletiva de imprensa internacional do filme e teve a oportunidade de lhe direcionar uma pergunta, destacando sua presença tão quieta quanto marcante, especialmente na parceria com DiCaprio em cena. Confira a resposta completa:

O POVO - Há uma intensidade silenciosa no seu personagem. Como você trabalhou o silêncio e a contenção para construir essa atuação?

Benicio Del Toro - Eu basicamente observei o Leo fazendo o que ele sabe fazer. Eu sentia que meu personagem estava lidando com muitas coisas ao mesmo tempo, então ele precisava estar centrado para conseguir equilibrar tudo isso. E havia também esse novo elemento, que era ajudar o personagem do Leo a chegar aonde ele precisava.

Então eu tentei me manter centrado, sabendo sempre qual seria meu próximo movimento, meu próximo pensamento. E você também escuta muito. Ao escutar, você imediatamente entra num estado de concentração, num lugar mais centrado.

Grande parte disso vinha da energia que o Leo trazia. Tanto eu quanto o Paul sentimos que precisávamos receber essa energia, deixar que ela existisse, estar presentes com ela. A única forma era fazer o contraponto, ser o yin do yang. A energia do Leo era verdadeira, era a verdade da cena, e eu só precisava acolhê-la.

E a melhor maneira de fazer isso era sendo um pouco mais calmo e ajudando esse cara que está perdendo o controle, envolvido com a maconha, tentando encontrar a filha. Foi basicamente isso: como contragolpear essa energia, mas ainda respeitá-la e abraçá-la, porque ele é o motor daquela parte do filme. Então eu só precisava acompanhar o ritmo.