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Setor petroleiro do Irã é atingido por ataque cibernético

17:26 | 23/04/2012

TEERÃ, 23 Abr 2012 (AFP) - Os computadores que controlam o setor petroleiro iraniano foram alvos de um ciberataque, que obrigou as autoridades a desconectar da rede seu principal terminal petroleiro e a convocar uma célula de crise, informou a imprensa nesta segunda-feira, 23.

A agência de notícias Mehr explicou que o principal terminal, localizado na ilha de Jarg, no Golfo, está desconectado da internet desde domingo, assim como várias outras instalações do país.

Segundo a companhia nacional de terminais petroleiros, 90% das exportações de petróleo do Irã passam pelo terminal de Jarg.

A Mehr indicou que esta desconexão "não causou problema algum", nem na produção nem nas exportações de petróleo.

A agência não mencionou suas fontes e nenhum meio oficial confirmou essas informações.
Vários sites, entre eles os sites oficiais do Ministério do Petróleo e da companhia de petróleo nacional NIOC, foram vítimas do ciberataque, efetuado no domingo, informaram a Mehr e outras agências, como a Fars e a Isna.

Nesta segunda-feira à tarde, depois de ter ficado inacessível durante horas, o site do ministério (www.mop.ir) voltou a ficar disponível, mas o mesmo não aconteceu com o da NIOC (www.nioc.ir).

Pela manhã, a Isna informou que o vírus tinha sido concebido para destruir arquivos e danificar os discos rígidos dos computadores.

Um porta-voz do ministério, Alireza Nikzad, confirmou ao site especializado Shana, submetido ao mesmo ministério, que o vírus havia conseguido apagar dados dos servidores oficiais, desmentindo informações contrárias publicadas anteriormente.

"Dizer que nenhum dado foi afetado não é correto. Só os dados relacionados a alguns usuários ficaram comprometidos", indicou o porta-voz.

O Irã foi alvo há dois anos de vários ataques cibernéticos que as autoridades iranianas atribuíram aos Estados Unidos e a Israel, os dois inimigos declarados da República Islâmica.

Em 2010, dezenas de milhares de computadores industriais foram infectados com o vírus Stuxnet, concebido para destruir esses computadores com o objetivo, segundo especialistas, de retardar seu programa nuclear destruindo os motores das centrífugas que enriquecem urânio.

Teerã disse então que seu programa nuclear não tinha sido afetado, informação questionada por diversos especialistas ocidentais.

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