Gripe K gera alerta da OMS e já chegou ao Brasil; entenda sobre a doença

Dados coletados desde junho revelam um aumento na variante do grupo H3N2. OMS pede que países tenham atenção à cepa; entenda sobre a gripe K

21:52 | Dez. 16, 2025

Por: Mariana Fernandes
Entenda sobre a gripe K, que gerou alerta da OMS (imagem de apoio ilustrativo) (foto: Samuel Setubal)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um relatório com dados das  para a temporada 2025/2026, com atenção para o segundo semestre de 2025, que corresponde ao outono e inverno no hemisfério Norte e verão no hemisfério Sul.

Os dados alertam para o aumento dos casos de gripe nos últimos meses, em especial o vírus da influenza A (H3N2) subclado K, conhecida como “gripe K”. As informações foram divulgadas no último dia 10 de dezembro.

De acordo com a organização, não trata-se de um vírus novo ou muito distinto das outras cepas de influenza, mas é necessário estar atento ao número de casos e à prevenção nos grupos de risco, como idosos, crianças pequenas e pessoas com doenças crônicas.

No Brasil, a cepa K já foi identificada em paciente do estado do Pará. Entenda o sobre a propagação da gripe K, sintomas e como prevenir.

Gripe K: como surgiu e quais são os sintomas

A gripe K é causada por uma sublinhagem do vírus H3N2, variante do vírus Influenza A. É um dos principais responsáveis pelas gripes e resfriados, principalmente no segundo semestre do ano de acordo com a OMS.

O monitoramento dos casos de gripe no mundo é feito pelo Sistema Global de Vigilância e Resposta à Gripe (GISRS, sigla em inglês), por meio de uma rede com mais de 160 instituições em 131 países membros da Organização Mundial da Saúde.

Desde agosto de 2025, houve um crescimento rápido da influenza H3N2 e da sublinhagem K, mas os dados não revelam que a gripe K tenha ficado mais severa em humanos.

“As primeiras evidências apareceram em agosto na Austrália e Nova Zelândia, particularmente, mas nos últimos seis meses foram detectadas em mais de 34 países”, afirma a OMS em relatório divulgado.

Os principais sintomas não se distinguem dos outros vírus da gripe e incluem:

  • Febre;
  • Tosse seca;
  • Dor de garganta;
  • Dor de cabeça;
  • Dores no corpo e músculos;
  • Coriza;
  • Fraqueza/mal-estar e
  • Diarreia (em alguns casos).

Gripe K: qual a situação na América?

A situação das gripes sazonais tem sido monitorada na Europa, Ásia e Américas. Na América do Sul, foi observado um aumento na circulação do vírus influenza A (H3N2) no Brasil e no Chile a partir do mês de agosto.

No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou caso da gripe K em amostras analisadas no estado do Pará em relatório divulgado em 12 de dezembro.

Os estados que apresentaram crescimento ou manutenção das hospitalizações por influenza foram: Amazonas, Pará, Tocantins, Bahia, Piauí, Ceará e Santa Catarina. Contudo, nenhum quadro grave da doença foi confirmado.

Nos Estados Unidos e Canadá, observou-se a predominância de gripe H3N2, com as detecções da gripe K crescendo. Já o México confirmou o primeiro caso da gripe K, e o paciente se recuperou sem sintomas graves.

Gripe K: vacinas seguem sendo parte importante da prevenção

Semelhantes a outras formas de infecção por influenza, a gripe K pode ser prevenida com hábitos de higiene, uso de máscara quando tiver sintomas, manter alimentação saudável e evitar contato com pessoas doentes.

Ainda, uma das medidas mais importantes e incentivadas para prevenir a gripe é a vacinação, que protege da internação hospitalar em crianças e adultos.

As vacinas continuam sendo essenciais, especialmente para pessoas com alto risco de complicações da gripe e seus cuidadores”, destaca a OMS.

Gripe K: o que diz a avaliação de risco da OMS?

As recomendações da OMS se referem principalmente à pressão sobre os sistemas de saúde: "A gripe sazonal pode exercer uma pressão significativa sobre os sistemas de saúde mesmo em países de clima temperado".

Apesar da atividade global do vírus da gripe permanecer dentro dos limites esperados, “aumentos precoces e atividade acima do normal para esta época do ano foram observados em algumas regiões”.