Hobbies silenciosos: atividades serenas para mais paz interior

Práticas discretas ganham espaço entre brasileiros que buscam bem-estar, foco e momentos de descanso mental

22:33 | Dez. 02, 2025

Por: Luciana Cartaxo
Os hobbies podem ser feitos em casa, sem equipamentos caros e sem necessidade de internet. (foto: Samuel Setubal)

Em um cenário marcado por rotinas aceleradas, barulho constante e excesso de estímulos digitais, cresce o interesse por atividades capazes de proporcionar descanso mental e reconexão consigo mesmo.

Os chamados hobbies silenciosos, práticas que exigem calma, concentração e pouco ou nenhum uso de tecnologia têm ganhado força entre pessoas de diferentes idades, especialmente nas grandes cidades.

A seguir, a equipe do O POVO selecionou quais hobbies silenciosos estão em alta; confira.

 

Pesquisas de bem-estar emocional apontam que práticas manuais e serenas ajudam a reduzir a ansiedade, melhorar a atenção e estimular a criatividade.

Psicólogos que estudam o comportamento humano observam que dedicar o tempo livre a atividades de foco reduz a sensação de sobrecarga mental e atua como uma forma acessível de autocuidado.

A popularização também aparece em grupos comunitários, pequenos clubes de leitura e oficinas de artesanato em centros culturais.

A psicóloga Ana Carvalho, especialista em saúde emocional e rotina digital, destaca que hobbies silenciosos oferecem um tipo de descanso que falta no cotidiano conectado.

“São atividades que permitem ao cérebro desacelerar. Elas criam um espaço mental onde a pessoa consegue reorganizar pensamentos e diminuir tensões acumuladas do dia”, afirma.

Principais hobbies silenciosos em prática no Brasil

Entre os hobbies mais procurados estão:

  • Bordado
  • Desenho
  • Pintura em aquarela
  • Jardinagem doméstica
  • Leitura
  • Quebra-cabeças
  • Origami
  • Escrita manual 

Todos podem ser feitos em casa, sem equipamentos caros e sem necessidade de conexão com a internet.

No artesanato, o bordado livre se destaca especialmente entre jovens adultos. Além de ser uma prática meditativa, permite personalizar roupas e objetos, o que tem ampliado o interesse.

Outras atividades como tricô e crochê seguem firmes, impulsionadas por aulas presenciais e vídeos educativos disponíveis em instituições culturais.

Já a jardinagem tem chamado atenção pela sensação de contato com a natureza dentro do ambiente doméstico. A prática não depende de grandes áreas: pequenas hortas em vasos e o cultivo de plantas ornamentais são suficientes para criar uma rotina de cuidado e presença.

A experiência de quem adotou o silêncio como hábito

A estudante Beatriz Pimentel, 23, é uma das pessoas que incorporaram hobbies silenciosos ao cotidiano. Ela começou a pintar aquarela durante a pandemia e manteve a prática após perceber os efeitos no humor e na concentração.

“A aquarela me obriga a estar presente. É como se, por alguns minutos, eu conseguisse desligar do restante do mundo. Quando termino uma pintura, mesmo simples, já sinto uma tranquilidade diferente”, conta.

Beatriz relata que a atividade se tornou parte da rotina noturna, como forma de transição entre faculdade e descanso. Para ela, o silêncio é um espaço para reorganizar ideias. “É o momento em que eu paro de correr e começo a olhar para dentro.”

Uma alternativa de autocuidado acessível

Especialistas afirmam que uma das vantagens dos hobbies silenciosos é o baixo custo. A leitura, por exemplo, pode ser praticada com livros emprestados de bibliotecas públicas, enquanto atividades como escrita manual e desenho exigem apenas papel e lápis.

Outra característica é a flexibilidade: não há pressão por desempenho ou resultados rápidos. As práticas podem ser interrompidas e retomadas conforme a disponibilidade e energia do dia, sem comprometer os benefícios.

À medida que as discussões sobre saúde mental se ampliam no Brasil, cresce também a percepção de que pequenas pausas são essenciais.

Hobbies silenciosos surgem como uma forma simples e cotidiana de cultivar concentração, reorganizar emoções e aliviar a tensão do ritmo moderno.