Austrália estuda veneno de aranha mortal para tratar danos ao coração

A espécie Hadronyche infensa é considerada a aranha mais mortal do mundo; pesquisas, que ainda não começaram em humanos, sugerem que substância do veneno pode regenerar células cardíacas

06:01 | Jul. 04, 2022

Espécie Hadronyche infensa é considerada a mais mortal do mundo, pelo veneno com potencial de matar e por seu comportamento de avançar em pessoas (foto: Toby Hudson/Wikimedia Commons/CC BY-SA 3.0 au)

Um estudo da Universidade de Queensland, na Austrália, traz um avanço peculiar no tratamento para pacientes que sofreram infarto ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). A pesquisa está sendo feita com o veneno de aranhas da espécie Hadronyche infensa, considerada a mais mortal do mundo.

Segundo os pesquisadores, uma substância no veneno da aranha impede que as células do coração morram após um caso grave. Geralmente, em infartos e AVCs, a região não consegue se recuperar, e os músculos cardíacos apresentam danos irreparáveis.

As aranhas da família Atracidae, da qual a H. infensa faz parte, são todas originárias da Austrália. A espécie é encontrada apenas na ilha Fraser, no Nordeste do país.

Ela não é considerada "mais mortal" apenas pela força do seu veneno. O nome da espécie significa "agressiva", retratando o comportamento de avançar nas pessoas, em vez do habitual das aranhas, que é recuar em eventuais encontros com humanos.

O estudo foi aprovado, recentemente, para receber financiamento e continuar avançando. A expectativa é que a fase de teste em humanos comece no final de 2023. Não há previsão de chegada do remédio às farmácias.

Não é a primeira vez que venenos de animais são base de remédios para o coração. No Brasil, na década de 1960, um dos medicamentos mais populares contra a pressão alta, o Captopril, foi desenvolvido a partir das toxinas produzidas pela cobra jararaca.

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