Em protesto contra Temer, países da América Latina abandonam plenário da ONU
Líderes da Costa Rica, Venezuela, Equador e Nicarágua protestaram contra o presidente Michel Temer durante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Raúl Castro, da Cuba, e Evo Morales, da Bolívia, não entraram
"Nossa decisão, soberana e individual, de não escutar a mensagem do senhor Michel Temer na Assembleia-Geral, obedece à nossa dúvida de que ante certas atitudes e atuações, se pretende ensinar sobre práticas democráticas", afirma a nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da Costa Rica. "Por meio de nossa embaixada nesse país demos seguimento aos acontecimentos, especialmente a certos atos de violência ocorridos posteriormente à conclusão do processo de 'impeachment'".
A última vez em que o presidente da Costa Rica deixou o plenário da Assembleia-Geral como gesto de protesto foi durante discurso do ex-presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad, pelo fato de que ele negava a existência do Holocausto.
O ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse não ter visto a saída dos presidentes do plenário. "Estava na primeira fila, mas não me dei conta", afirmou. O chanceler minimizou o gesto e disse que seu impacto internacional é "próximo de zero". Serra ressaltou que a ONU tem quase 200 países membros e que os que protestaram não representam um número significativo.
A reação dos bolivarianos era previsível, disse o ministro, que manifestou surpresa em relação à posição da Costa Rica. "Não sabia que a Costa Rica tinha essa posição. Vou olhar a nota e depois posso até comentar", afirmou em entrevista coletiva.
Veja o momento em que represetantes de países da América Latina abandonam o plenário:
[VIDEO1]