"Crime e Castigo" e "Democracia": os livros que Bolsonaro pode ler para reduzir a pena; veja lista
Lista tem diversas obras e cada leitura reduz a pena em quatro dias, com o limite de doze livros por ano. Condenados do núcleo crucial precisam do aval do ministro Alexandre de Moraes para ter o benefício validado
12:14 | Dez. 01, 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá reduzir a sua pena na prisão a partir da leitura de obras pré-determinadas. O ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses em regime fechado pela trama golpista e está detido na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Desde a última terça-feira, 25, ele e outros cinco réus condenados iniciaram o cumprimento das penas após o processo transitar em julgado.
De acordo com as regras, para cada obra lida, há a redução da pena em quatro dias. Para isso, é necessário que o ex-presidente, assim como os outros réus do núcleo crucial, recebam o aval do ministro Alexandre de Moraes. O limite é de doze livros por ano, ou seja, no máximo 48 dias de redução da pena por leitura a cada 12 meses.
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De acordo com a Secretaria de Educação do Distrito Federal, a participação no projeto é voluntária e os detentos contam com o prazo máximo de 30 dias para ler a obra, e, após isso, devem elaborar um resumo crítico, avaliado para a confirmação da leitura.
Entre as obras que integram a lista oficial, estão alguns livros que discutem temáticas sobre: ditadura, democracia, racismo e questões de gênero. Entre as obras estão livros como: “Ainda Estou Aqui”, de Marcelo Rubens Paiva; “K: Relato de uma Busca”, de Bernardo Kucinski; “Democracia”, de Philip Bunting; “Canção para ninar menino grande”, de Conceição Evaristo e “Pequeno Manual Antirracista”, de Djamilla Ribeiro.
Em setembro, por exemplo, Moraes homologou a remição da pena do ex-deputado Daniel Silveira em 113 dias por atividades de estudo, trabalho e leitura. O ex-parlamentar foi condenado em 2022 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a oito anos e nove meses de prisão por ameaça ao Estado Democrático de Direito e incitar a violência contra ministros do Supremo.
Veja alguns livros que integram a lista oficial:
- Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada — Carolina Maria de Jesus
- A Hora da Estrela — Clarice Lispector
- Capitães da Areia — Jorge Amado
- Triste Fim de Policarpo Quaresma — Lima Barreto
- A Revolução dos Bichos — George Orwell
- A Metamorfose — Franz Kafka
- Hamlet — William Shakespeare
- O Príncipe — Nicolau Maquiavel
- O Processo — Franz Kafka
- Crime e Castigo — Fiódor Dostoiévski
- Guerra e Paz — Liev Tolstói
- Vidas Secas — Graciliano Ramos
- O Santo e a Porca — Ariano Suassuna
- Globalização: As Consequências Humanas — Zygmunt Bauman
- Malala: A Menina Que Queria Ir para a Escola — Adriana Carranca
- O Diário de Anne Frank (quadrinhos) — Anne Frank
- A Bolsa Amarela — Lygia Bojunga
- Feliz Ano Velho — Marcelo Rubens Paiva
- Meu Pé de Laranja Lima — José M. de Vasconcelos
- A Outra Face: História de Uma Menina Afegã — Débora Ellis
- Memórias do Cárcere — Graciliano Ramos
- O Tempo e o Vento — Erico Verissimo
- Dias Perfeitos — Raphael Montes
- 1984 — George Orwell
- O Apanhador no Campo de Centeio — J. D. Salinger
- O Estrangeiro — Albert Camus
- A Cor Púrpura — Alice Walker
- Presos que menstruam — Nana Queiroz
- Um Defeito de Cor — Ana Maria Gonçalves
- O Conto da Aia — Margaret Atwood
- A Guerra Não Tem Rosto de Mulher — Svetlana Aleksiévitch
- Persépolis — Marjane Satrapi
- K: Relato de uma Busca — B. Kucinski
- Diário de Fernando: nos cárceres da ditadura militar brasileira — Frei Betto
- A autobiografia de Martin Luther King — Martin Luther King
- Ainda Estou Aqui — Marcelo Rubens Paiva
- Democracia — Philip Bunting
- De Onde Eles Vêm? — Jeferson Tenório
- Kopenawa (Davi Kopenawa) — Orlando Nilha
- Pequeno Manual Antirracista — Djamilla Ribeiro
- Você não é invisível — Lázaro Ramos
- Tudo é Rio — Carla Madeira
- Uma História Feita por Mãos Negras — Beatriz Nascimento