Prisão de Bolsonaro: "Perseguição" e "alma lavada"; veja repercussão entre políticos
André Fernandes, presidente do PL Ceará, e outros aliados se manifestaram e devem viajar para Brasília para prestar apoio ao ex-presidente; Opositores celebraram a prisão preventiva de Bolsonaro e pediram justiça
12:06 | Nov. 22, 2025
A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) repercutiu logo cedo no mundo político, com manifestações contra e a favor de aliados e opositores. Entre os políticos alinhados a Bolsonaro que se manifestaram está o deputado federal e presidente do PL Ceará, André Fernandes. Outros parlamentares cearenses também se posicionaram (veja abaixo).
Nacionalmente, também se manifestaram o líder da oposição na Câmara, deputado federal Luciano Zucco (PL-RS); a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), que está em Caucaia; Fabio Wajngarten chefe da Secretaria de Comunicação Social durante o governo Bolsonaro, dentre outros. Na esquerda, parlamentares de partidos como Psol e PT comemoraram a prisão de Bolsonaro.
Cearenses
Fernandes publicou vídeo no Instagram e diz que Bolsonaro é um "preso político". Ele afirma que irá lutar ao lado do ex-presidente durante o processo pós-prisão. O parlamentar cearense também criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). "Por um suposto risco de fuga, Moraes manda prender Bolsonaro no regime fechado. Todas as provas são baseadas na delação de seu ex-assessor, mas o Brasil ignora que o ex-assessor de Moraes falou que ele mandava fraudar processos e criar provas. Está certo isso? Com toda certeza, não", argumentou.
André continua: "Você não precisa ser de direita, de centro, ou esquerda. Você sabe que isso é perseguição. Jair Bolsonaro é um preso político, sendo perseguido pelo sistema. Não vamos te abandonar (ex-)presidente. O senhor deixou um legado e criou novas lideranças políticas. Conte comigo para lutar com você e por sua liberdade. Vou pegar um voo para Brasília e me somarei a essa luta", disse.
O deputado estadual licenciado Carmelo Neto (PL) informou que cancelou agenda do PL Jovem, em Cuiabá (MT), e que embarcará no primeiro voo para Brasília. "É hora de prestar toda nossa solidariedade ao presidente Jair Bolsonaro e sua família", escreveu em uma rede social.
A vereadora de Fortaleza e pré-candidata ao Senado, Priscila Costa (PL) também comentou o ocorrido em entrevista ao O POVO: "Num sábado prender um homem sem crimes, com 70 anos de idade, com a saúde vulnerável. É um momento de humilhação, mas ela é fruto do incômodo que Bolsonaro causa; porque ele é exaltado por onde passa. E essa exaltação incomoda", disse antes de evento do PL Mulher, que contaria com a presença de Michelle Bolsonaro.
A deputada estadual Drª Silvana (PL) declarou estar "arrasada" com a prisão. Ela informou que o marido, o deputado Dr. Jaziel (PL) também deve se deslocar para Brasília. "Poucas vezes estive tão arrasada na minha vida. Hoje é um dia de luto para a democracia. Bolsonaro não roubou, não matou, não estava no país, não tocou em patrimônio público. Não se corrompeu; a história presencia a maior injustiça já cometida", disse.
No Instagram, o senador Eduardo Girão (Novo) afirmou que o ex-presidente sofreu uma “prisão ilegal e imoral após filho chamar vigília para frágil saúde do pai”.
"A inconstitucional prisão hoje cedo de Bolsonaro pela PF do regime Lula-STF é sim mais um capítulo da explícita perseguição a quem é de direita e conservador neste País", afirmou, solidarizando-se com Bolsonaro e família.
No espectro político oposto ao dos bolsonaristas no Ceará, houve quem celebrasse a prisão. O vereador de Fortaleza Gabriel Biologia (Psol) afirmou que, com a prisão de Bolsonaro, "a fratura democrática começa a cicatrizar".
"Não há como trazer de volta os 700 mil mortos na pandemia para suas famílias, nem como curar a dor de tantas vítimas de violência decorrente do discurso de ódio. Não há como varrer com uma ação o preconceito, os ataques à democracia, as toneladas de fakenews que vitimaram inocentes e o descrédito às instituições que ele destilou na sociedade. Porém, só com responsabilização a partir de rigoroso rito legal é que podemos começar a cicatrizar a ferida democrática e reconstruir a nossa fraturada sociedade", pontuou.
O ex-prefeito de Sobral Ivo Gomes (PSB) comemorou nas redes sociais a prisão do ex-presidente. “Nunca vibrei com a infelicidade alheia mas, como cidadão brasileiro, sinto-me aliviado em ver as leis e a justiça serem impostas ao maior de todos os calhordas da república”, escreveu o irmão de Ciro Gomes (PSDB).
A deputada estadual Larissa Gaspar (PT) afirmou que o sábado começou com a "melhor notícia" e listou os crimes pelos quais Bolsonaro foi condenado. Ela destacou que a prisão "lava a alma das milhares de famílias que perderam entes queridos durante a pandemia" de Covid-19, quando Bolsonaro presidia o País.
Outros aliados
O líder da oposição na Câmara, o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS) afirmou que prender Bolsonaro "é um ataque direto à democracia" e que o grupo resistirá. "Colocar Bolsonaro em regime fechado é desumano e injustos e se algo acontecer a Bolsonaro sob custódia, a responsabilidade será direta", disse.
Nas redes sociais, os posts também começaram a pipocar logo cedo. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro postou, pouco depois das 6h30min, os versículos 1 a 8 do salmo 121, conhecidos como "Canto da Peregrinação", no Instagram, onde tem 7,7 milhões de seguidores. Ela tem liderado a preferência de bolsonaristas como candidata nas próximas eleições, com a prisão de Bolsonaro.
Fabio Wajngarten, que foi secretário-executivo do Ministério das Comunicações e chefe da Secretaria de Comunicação Social durante o governo Bolsonaro, afirmou que a prisão terá efeitos na próxima eleição. "É INACREDITÁVEL. Num sábado. Com estado de saúde totalmente comprometido. VERGONHOSO. 26 é logo ali", escreveu no X.
A deputada federal Carol de Toni (PL-SC), conhecida pelas posições conservadoras e por ter levado o filho recém-nascido à Câmara como protesto, também criticou a prisão. "A prisão do presidente Bolsonaro é um dos maiores absurdos já cometidos. O maior líder que a direita já teve, homem que não cometeu crime algum, foi submetido a um processo absolutamente nulo, agora é levado a prisão".
Seu colega de partido e líder do PL na Câmara dos Deputados, o deputado federal e pastor Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) foi na mesma toada e tuitou que "Bolsonaro não roubou ninguém". O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) foi na mesma linha. "Toda solidariedade a ele e à família. Passou da hora de uma reação contundente do Congresso para frear os abusos e ilegalidades feitos contra a oposição a Lula e ao PT!", escreveu no X.
Opositores
Políticos à esquerda, evidentemente, foram na direção oposta. A ex-deputada federal Manuela D'Ávila, que foi filiada ao PCdoB, comemorou a prisão. "Obrigada ao meu relógio biológico que me permitiu assistir ao vivo a prisão (ainda preventiva) de Bolsonaro. Espero estar acordada quando a prisão pela tentativa de golpe acontecer. Quem viveu o Brasil sob seu comando, quem temeu viver no Brasil sob seu comando, quem perdeu alguém no Brasil sob seu comando, sabe o que celebramos. Eu celebro estar viva, com minha família, feliz e na luta.", escreveu.
A ex-ministra dos Direitos Humanos e deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) fez um post no qual diz que "a lei é para todos".
A viúva de Marielle Franco, Mônica Benício (Psol), hoje vereadora do Rio de Janeiro, também comemorou. "Hoje um novo capítulo da história da democracia brasileira foi construído. O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi preso preventivamente via medida cautelar. O golpe, que sempre livrou a cara das elites brasileiras, é punido pela primeira vez exemplarmente."
Sua colega de partido, a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) foi na mesma linha: "Jair Bolsonaro acaba de ser preso preventivamente e levado para a superintendência da Polícia Federal. Um bom dia desses hein?!", escreveu.
Com Agência Estado